Heráclito afirma em sua célebre frase que "nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio...pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem".
O pensador trás a verdade em reflexão de que existe nas interações objetais uma mutabilidade, preconizando a possibilidade da variação dos constructos do pensamento.
O contato entre os objetos e sua interação passam por transformações, ou seja; nada é como era, porque muitas coisas ocorrem entre uma ação e outra. Embora os cenários pareçam os mesmos a historicidade do tempo antagoniza as passagens.
E esta é a magia da dialética humana a de que os homens e mulheres podem se tornar contraditórios, pois entram em contato com as contrariedades da existência.
Ora é na interação objetal que o homem constrói seus conceitos e valores e também é nesta mesma interação que o mesmo homem se reformula.
A medida em que acessa novos conteúdos, novas proposições, torna-se possível a retomada de seus espaços mentais para refletir o arcabouço teórico de outrora e se transformar no embate das contradições encontradas dentro dele.
Eu mesma, já fui contrariedade e por certo no futuro poderei ser novamente até que formulações se redefinam e se refinem.
O que já pensei e fui não me diminui, apenas me estaciona no lugar humano que ocupo e se por hoje estaciono, amanhã floresço e me deparo às antigas contradições.
O mais importante é a evolução do pensamento que jamais deve estacionar na estação da mediocridade.
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