quinta-feira, 7 de junho de 2018

A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais.


1.      INFORMAÇÕES BIBLIOGRAFICAS

FERREIRA, M. C.. A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, Vol. 26, n. especial, p. 51-64, 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a05v26ns.pdf>. Acesso mai. 2018.

2.      DADOS SOBRE O AUTOR

Maria Cristina Ferreira possui graduação em psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1972), mestrado em psicologia pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1977), na área de Psicologia Cognitiva, doutorado em psicologia pela Fundação Getúlio Vargas - RJ (1985), na área de psicologia cognitiva, e estágio pós-doutoral realizado na Victoria University at Wellington (2009). Tem experiência de docência e pesquisa nas áreas de psicologia organizacional e do trabalho, metodologia de pesquisa e psicometria, e atua principalmente nos seguintes temas: comportamento organizacional, psicologia transcultural e medidas psicológicas. Foi membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho no biênio 2003-2005; membro da diretoria da ANPEPP no biênio 2008-2010 e 2010-2012; coordenadora de GT da ANPEPP nos Simpósios de 2008 e 2010; representante regional para a América do Sul da International Association of Cross-Cultural Psychology no período de 2010-2014, tendo sido reeleita para o período 2014-2018. Em 2012, presidiu a Comissão Organizadora do V Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho e atuou como professora visitante do Mestrado Europeu em Psicologia Organizacional e do Trabalho, na Universidade de Coimbra.


3.      DADOS SOBRE A OBRA

1)      Breve histórico da Psicologia Social faz um balanço do seu estado atual, no plano nacional e internacional.
2)      Revisão inicial das principais tendências que marcaram a evolução da Psicologia Social na América do Norte.
3)      Apresentação das características atuais mais relevantes dessa disciplina na América do Norte, na Europa e na América Latina.
4)      Análise da recente produção brasileira em Psicologia Social. Discussão dos desafios futuros que se colocam à produção nacional na área de Psicologia Social, especialmente no que diz respeito a seu impacto no cenário acadêmico internacional.

4.      RESENHA

Na introdução a autora apresenta uma visão geral sobre o tema informando a dificuldade de delimitar o objeto de estudo dessa disciplina. Para ela o binômio indivíduo-sociedade oscila de um lado para outro. Primeiramente seu objeto de estudo eram os processos socioculturais, depois focou no indivíduo e no processo intraindividual. A reação a essa individualização foi o nascimento de outras abordagens voltadas à análise histórico-cultural e sua dinâmica. Surgem duas modalidades: 1) Psicologia Social Psicológica: sentimentos, pensamentos, comportamentos são explicados por outros indivíduos reais ou imaginários (clássica) e 2) Psicologia Social Sociológica: Indivíduo adquire seus comportamentos nos grupos sociais de convivência (fenômenos emergentes dos grupos). A Psicologia Social Crítica é a vertente mais recente. Caracterizada por uma “postura crítica em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade atual” contra a opressão e a exploração e a favor da mudança social. Fazem parte dela posturas teóricas como: Socioconstrucionismo, Psicologia Discursiva, Psicologia Marxista, o pós-modernismo e o feminismo, entre outros. O texto é constituído de três tópicas principais sobre a Psicologia Social: 1) América do Norte: Psicologia Social Psicológica: tendência predominante. 2) Europa: Psicologia Social Sociológica: processos grupais e socioculturais e 3) América Latina: Psicologia Social Crítica: abordagem preferencial pelos graves problemas sociais que costumam assolar a região.
Num segundo momento a autora aborda a Psicologia Social na América do Norte. Psicologia e Sociologia caminharam juntas durante algum tempo e depois se concentraram mais especificamente no behaviorismo, cuja tendência predominante seria a Psicologia Social Psicológica. Sob influências da Gestalt, Sheriff e Lewin, desenvolveram e realizaram experimentos sociais cuja temática eram a influência social e de dinâmica de grupos. Sheriff preocupou-se com o “processo de formação de normas sociais” enquanto Lewin dedicou-se “à análise da influência dos estilos de liderança e do clima grupal sobre o comportamento dos membros do grupo.”. Dois temas marcaram a década de 20 e 30: atitudes e percepção de pessoa. No campo das atitudes, Hovlan e equipe estudaram comunicação e persuasão e concluíram que diferentes fatores interferem na mudança de atitude e que atitudes são fundamentais para a Psicologia Social. No campo da percepção de pessoas, Heider estudou e concluiu que “indivíduos associam as ações das pessoas a motivos e disposições internas”, ou seja, entendem que o comportamento está relacionado com a qualidade pessoal. Desenvolveu também a teoria do equilíbrio, que o indivíduo tende a manter sentimentos e cognição focados em um objeto ou pessoa única, pois quando isso entra em desarmonia surgem tensões que logo terão de ser equilibradas. Já Asch, conclui “que as informações sobre as características pessoais do outro são organizadas em um todo coerente, que difere da soma das partes e pode ser modificado por peças críticas de informação que provocam a reorganização desse todo”. Nos anos 50 e 60 novos rumos para a temática influência social e processos intergrupais surgem. Asch e Festinger interessam-se “pela análise dos processos que levam os indivíduos a se conformarem com as normas do grupo ao realizarem julgamentos”. Seguindo a mesma vertente Milgram abordará a obediência à autoridade. Festinger introduz a teoria dissonância cognitiva, o equilíbrio está atitudes e ações e pessoas são motivadas a procurá-lo. Os anos 60, 70 e 80 serão dominados pelas teorias da atribuição, onde indivíduos atribuem causas (internas) pessoais ou (externas) situacionais ao comportamento do outro. Foram importantes para entender princípios que governam o pensamento social e compreender fenômenos psicossociais, como depressão e ajustamento conjugal. A partir dos anos 80 o foco estará no cognitivismo social que buscaria compreender “os processos cognitivos que se encontram subjacentes ao pensamento social”.
Em seguida Ferreira discorre a Psicologia Social na Europa informando que essa caminhou inicialmente com a Psicologia Social Psicológica, porém devido à crise e suas próprias necessidades nos anos 70 adquiriu uma identidade própria centrando seus estudos em duas vertentes temáticas: 1) a identidade social e 2) as representações sociais. Identidade Social: Tajfel, dimensão social do comportamento individual e grupal, o indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura. Três postulados básicos: 1) auto-conceito – eu pertenço ao grupo, 2) autoestima – eu sou motivado e 3) identidade social positiva – eu me comparo favoravelmente ao meu grupo e outros grupos. Turner, Hogg, Oakes, Reicher e Wetherell, apontam que indivíduos realizam determinadas categorizações e essas são consequentes no comportamento coletivo. Pode-se dizer que as identidades sociais são categorias socialmente construídas e emergem de acordo com a situação social, ou seja, elas estão ali para serem usadas. Representações Sociais: Para Moscovici elas se originam do senso comum e na coletividade e interações sociais. Dessa forma conceitos, imagens e explicações vão se alterando inserindo na realidade novos conceitos. Elas buscam dar sentido ao desconhecido. O núcleo central é fundamental para o sentido e se ancora na memória coletiva do grupo, portanto, ele é normativo.
Dando seqüência à lógica a autora apresenta a Psicologia Social na América Latina que nos anos 70 foi influenciada pela Psicologia Social Psicológica americana, porém no final dos anos 70 os psicólogos sociais latino-americanos começaram a questionar essa psicologia pela realidade latina marcada por desigualdades, miséria, e ditaduras militares. A ruptura deveria ser radical. Martin-Baró foi o pioneiro nessa Psicologia mais crítica, assim denominada Psicologia Social Crítica. Ele defendia uma psicologia que fosse comprometida com a realidade social da América Latina e entendia que os psicólogos sociais deveriam trabalhar para a construção de identidades pessoais, coletivas e históricas cuja finalidade seria romper com a alienação da classe popular que vivia oprimida e desumanizada. Maritza Montero foi outra autora latino-americana a defender a Psicologia Crítica questionando os modos de produção do conhecimento e a Psicologia que estava sendo praticada. Ela defendia uma transformação social, a importância da pesquisa para a sociedade, bem como a intervenção da psicologia nos problemas que causavam terror a população. Suas pesquisas estavam voltadas ao estudo de estereótipos, autoimagens, identidades sociais, nacionalismo, movimentos sociais, poder social, relações de gênero, violência doméstica, direitos reprodutivos da mulher, entre outros. No Brasil, até os anos 70 a psicologia americana foi dominante, porém no final dos anos 70 psicólogos sociais brasileiros vão participar do movimento de ruptura com a mesma. Aroldo Rodrigues desde o início dos anos 70 passa a pesquisar e desenvolver uma profunda linha de pesquisa em Psicologia Social. Silvia Lane e outros pesquisadores seguiram a mesma linha e defenderam uma Psicologia Social Crítica com interesses nos “problemas sociais enfrentados pelo país, como, por exemplo, a violência doméstica, as crianças de rua, a pobreza, a desigualdade social e a exclusão educacional.” A ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social) foi fundada em 1980 sendo desde então uma grande cooperadora na construção de embasamento teórico científico e também divulgadora do pensamento que entende o ser humano como produto histórico-social, ou seja, construído historicamente e socialmente.
Finalizando Ferreira elenca uma série de informações em pesquisa realizadas na base de dados Scielo em periódicos de artigos de produção brasileira em Psicologia Social das três vertentes (Psicologia Social Psicológica, Psicologia Social Sociológica e Psicologia Social Crítica). Ela informa ao leitor que “foram selecionados 636 artigos para compor uma base de dados com informações sobre características de autoria e sua natureza teórica, temática e metodológica”. A conclusão foi de que “as três vertentes atuais da Psicologia Social encontram-se representadas nessa produção, com maior preferência por estudos de natureza teórica ou de natureza empírico-qualitativa conduzidos na perspectiva da Psicologia Social Crítica.”



KURT LEWIN E SOLOMON ASCH


1.1 A teoria de Campo e o estudo experiemntal dos grupos de  Kurt Lewin

Segundo Álvaro e Garrido (2006) Kurt Lewin (1890-1947), desenvolve a teoria de Campo essa teoria da Gestalt relacionada a percepção é introduzida por ele na área da motivação e da personalidade. Para Lewin o “Campo” seria a totalidade de fatos coexistentes/interdependentes. O “Espaço Vital” seriam fatores mutuamente dependentes que fariam parte da experiência psicológica. Inclui-se no espaço vital a posição da pessoa/seu ambiente psicológico e ambiente recebido.
O postulado de Lewin seria que “O comportamento é função da interação entre a pessoa e o ambiente”, cuja fórmula seria “Fórmula: Conduta = f (pessoa, ambiente)”, (Álvaro e Garrido, 2006, p.110).
O Pensamento Epistemológico de Lewin era de que “a psicologia deve seguir o mesmo processo de evolução das demais ciências. Constitui-se uma substituição progressiva de uma metodologia classificatória por um método construtivo.” (Álvaro e Garrido, 2006, p.111).
Para ele “o método genético ou construtivo se caracteriza porque as relações entre os fenômenos não se estabelecem em virtude de sua semelhança, mas segundo a forma em que se derivam uns dos outros”. (Álvaro e Garrido, 2006, p.111).
Álvaro e Garrido (2006, p.111) apontam que Lewin pretendia “encontrar os conceitos que servissem como elementos de construção em psicologia”, ou seja, chegar a encontrar constructos que ao serem combinados “pudessem ajudar a explicar qualquer fenômeno psicológico”.
Segundo Álvaro e Garrido (2006) o estudo experimental de Lewin surge a partir de preocupações como violência, preconceito, produtividade, hábitos alimentares, etc. Ele desenvolveu estudos sobre o comportamento dos grupos. Acreditava ser mais fácil mudar o pensamento do grupo do que o individual. Pensava mudar os padrões do grupo para então provocar a mudança individual.
De acordo com os autores o conceito de grupo foi a ponte para que Lewin passasse da Psicologia Individual para a Psicologia Social. “O grupo não se define pela proximidade ou semelhanças de seus membros, mas por considerar que o destino de cada um depende do destino do grupo como um todo.”, característica da interdependência do destino. (Álvaro e Garrido, 2006, p.116).
“Um fator mais forte que o anterior é a dependência mútua para realizar uma tarefa ou um propósito, o qual consolida e une poderosamente o grupo”, característica da interdependência de tarefas (Álvaro e Garrido, 2006, p.117).
O quadro abaixo construído a partir de leitura textual (Álvaro e Garrido, 2006, p.111-112) especifica bem a teoria do constructo de Kurt Lewin:


ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO: DOIS GRANDES TIPOS
1) conceitos estruturais e 2) conceitos dinâmicos. São considerados os elementos de construção adequados para explicar o comportamento.

Psicologia Vetorial (complementar à Psicologia topológica)

Dessa concepção psicológica surge uma série de conceitos:
Estruturais e Dinâmicos
Região
Ambiente e pessoas subdividem-se em regiões: região central (- acesso/personalidade) e periférica (+suscetíveis ao ambiente).
















Locomoção
Movimento de uma região para outra. Determinado pela Valencia.

Sub-regiões

Cada região subdivide-se em sub-regiões.

Vias de acesso

Transito de uma região a outra.

Valencia.
Atração ou repulsão das diferentes regiões do campo.


Barreiras

Obstáculos ao transito.
Força
Regiões possuem vetores com intensidade diferenciada.


Posição

Relação espacial das diferentes regiões.

Estrutura cognitiva

Posição relativa conforme a percepção da pessoa.

Tensão
Mudanças na estrutura do campo resultam em tensão que a pessoa tratará de reduzir.

Quadro 1: Construído a partir de leitura textual (Álvaro e Garrido, 2006, p.111-112)

Os processos intragrupais de Lewin reafirmaram seu “compromisso com o sistema democrático diante dos regimes autocráticos”, pois esses se impunham a seus membros, sendo assim mais difícil manter a democracia (de alto valor moral e material). (Álvaro e Garrido, 2006, p.117).
O quadro abaixo especifica algumas lideranças e sua influência aos liderados realizada em 1938 por Kurt Lewin:

 
Quadro 2. Os modelos de liderança analisados por Kurt Lewin.

Os objetivos da pesquisa da pesquisa de Lewin era a diminuição do preconceito entre grupos e melhoria das relações intergrupais e o “Campo Metodológico” foram decisivos para consolidar a Psicologia Social como ciência experimental. (Álvaro e Garrido, 2006, p.118). Sua contribuição ao campo da Psicologia Social aplicada “se concretizou em seu conceito de Pesquisa-ação” (vinculo da pesquisa com a ação social). (Álvaro e Garrido, 2006, p.118). A frase “A pesquisa que só produz livros . . . não é suficiente”. (Kurt Lewin apud Álvaro e Garrido, 2006, p. 119) expõe claramente seu interesse em sair do campo teórico para uma dimensão de pesquisa focada em contexto de planejamento e ação social, ou seja, “uma síntese entre pesquisa, diagnóstico e avaliação da mudança planejada”. (Álvaro e Garrido, 2006, p.119).

1.2 A formação de Impressões e a influência social de Solomon Asch

Solomon  Eliot  Asch (1907-1996) de acordo com Álvaro e Garrido (2006) era psicólogo, polaco (Varsóvia), emigrante nos USA desde 1920, pioneiro na Psicologia Social. Sua influência Fundamental foi de Wertheimer/Escola da Gestalt. Sua pesquisas abordaram temas como percepção social, formação de impressões, influência social: influência majoritária e conformismo. e suas principais contribuições ficaram registradas no Livro “Social Psychology (1952).
O estudo das impressões para Asch apud Álvaro e Garrido (2006, p.157) não são a somatória de características percebidas em alguém, mas constituem um todo organizado, cujas partes estão inter-relacionadas.
Seu primeiro experimento, de acordo com Álvaro e Garrido (2006) reuniu dois grupos classificados em A e B para quem seriam lidos em voz alta duas fichas contendo características iguais com apenas uma diferente. A partir dessa leitura eles fariam relato de impressões escolhendo traços a partir de uma lista. A conclusão de Asch foi a de que o Grupo A teve uma imagem mais positiva das pessoas avaliadas e Grupo B imagem mais negativa.

    
     

Tabela 1. Lista de palavras usadas na experiência de Asch, cuja diferençaestava em uma única palavra “afetuosa e fria” (Álvaro e Garrido, 2006, p.158).

Segundo Deutsch e Krauss (1985) apud Álvaro e Garrido (2006) a conclusão das impressões em relação às pessoas no experimento foram: 1) Poucas evidências, mas forma-se impressão, 2) Percepção de características estão inter-relacionadas, 3) Impressão estruturada, 4) Cada traço contêm a propriedade de uma parte, exerce influência e é influenciado na ordem total, 5) Impressões determinam o contexto para outras e 6) Não conformidade gera busca por aprofundamento de noção e solução da contradição.
Seu segundo experimento pode ser analisado no quadro abaixo elaborado a partir de informações de (Álvaro e Garrido, 2006, p.161-162):

TEORIA DA INFLUÊNCIA SOCIAL
Experimento: sala de aula – 7 a 9 pessoas + experimentador – todas as pessoas eram cúmplices exceto uma: Indivíduo experimental (crítico).

Objetivo: Perceber até que ponto o participante real assumia a resposta do grupo como sendo a sua, não obstante estar ciente de que a resposta era incorreta.
ESTRATÉGIA
12 pares de Cartões
CÚMPLICES
EXPERIMENTADOR
(7 A 9  pessoas + Experimentador)
SUJEITOSCRÍTICOS (35)
GRUPO CONTROLE Opinião escrita e privada
(25)
2 PRIMEIROS corretos
Acertam de propósito
7 errados
Erram de propósito por sete vezes
3 corretos
Alternam os erros com 3 respostas corretas
ERROS %
Os erros não se distribuíram de igual maneira entre todos os Sujeitos Críticos. Alguns ficaram independentes nas respostas e outros aderiram à maioria.
33%
7%
No grupo controle, onde as respostas eram escritas houve maior resistência à pressão grupal com menor grau de CONFORMISMO: É a conformação da consciência individual a uma onda coletiva, que sufoca a liberdade pessoal. Exige do indivíduo colaboração com certas tendências cegas e passageiras ou ilusórias da sociedade.
Quadro 3: Experiência de Asch para comprovar Teoria da Influência Social. 1ª situação: 60 pessoas – 35 sujeitos críticos – 25 grupo de controle/2ª situação: Um dos cúmplices dava sempre respostas corretas. Houve redução de julgamentos errados.

Asch,com essa experiência reformula processos como imitação e sugestão. O resultado não é processo imitativo, mas experiência de conflito de informação de duas fontes confiáveis: 1) próprios sentidos 2) julgamento dos outros, portanto partem da necessidade objetiva de resolução conflituosa. (Álvaro e Garrido, 2006, 162).
Álvaro e Garrido (2006) apontam as conclusões de Asch assim estruturadas: 1) Reestruturaram cognitivamente a situação. Termos no nosso grupo pessoas que pensam como nós reduz o conformismo, 2) Baixa auto-estima: Julgavam suas percepções erradas e a da maioria correta. Na maioria das vezes a baixa confiança em nós próprios aumenta a importância que damos aos outros, reduzindo assim a resistência à sua influência, 3) Submissão à maioria para não parecer diferentes e ser excluído. Desejo de se sentir aprovado. Impacto da presença dos outros. A tendência para o conformismo aumenta quando temos de enfrentar o olhar e a presença real dos outros. 4) Alguns afirmaram ver as linhas como a maioria. O estatuto de indivíduos do grupo também pode inclinar - nos para o conformismo. Sensação de isolamento, quanto maior é a coesão e acordo dos elementos do grupo mais isolados nos sentimos para contestar as suas atitudes e comportamentos.
Álvaro e Garrido (2006) que de acordo com Deutsch e Krauss (1985) dessa experiencia surgem dois tipos de processo: 1) Influência informativa: desejo de formular julgamento acertado, acreditam na maioria como fonte de evidencia objetiva e 2) Influência normativa: desejo de obter aprovação do grupo e reduzir a desaprovação social.

REFERÊNCIAS

ÁLVARO, José Luis; GARRIDO, Alicia. Psicologia social: perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. 

Das introspecções de o ovo e a galinha em Clarice Lispector.

Ilustração da obra Tacuinum Sanitatis Quem sou eu para desvendar tal mistério se nem mesmo Clarice desvendou, embora intuitivamente eu o sai...