A violência é um fenômeno presente na realidade material humana. Muitas são as discussões sobre o que motiva e mantém a violência como prática comportamental. Também é comum o discurso de que a prática da violência é geradora de outras violências. Em um primeiro momento, a avaliação material da realidade deve ser investigada, já que a violência tem um princípio ativo, que surge na constituição humana e se expande para a coletividade.
A violência tem uma base material humana e instintual, já que o homem; quando em relação ambiental, na luta pela sobrevivência, evoca os sentimentos mais primitivos de luta, o que ocasiona comportamentos violentos protetivos. Estes a priori são justificáveis e estão relacionados aos impulsos de morte e vida.
A violência está relacionada, portanto, as forças atomísticas que agem potencialmente na relação humana com o seu entorno socioambiental, movimentados pelas experiências sensíveis denominadas frustração, medo, ameaça, luta e guerra territorial, a que posteriormente; também denominou-se ódio, ira, raiva, cólera, etc.
Estas experiencias intrínsecas que se manifestam nas relações extrínsecas são observadas e estudadas por teóricos de vários campos de estudo. As ciências filosóficas, sociológicas, antropológicas e psicológicas tem buscado explicações plausíveis para os processos sociais, que estabelecem o fenômeno da violência.
É claro, que o tema violência parece ser amplo e não pode ser estudado sem que hajam delimitações do campo de estudo, para que as verificações das variáveis presentes no fenômeno sejam empiricamente testadas, observadas e experimentadas. A colcha de retalhos trás em si, um aporte que desvincula o tema da materialidade apriorística e o coloca no campo do abstratismo, podendo ser lido em partes ou em bases subjetivadas, o que dificulta o estudo básico destes movimentos agressivos.
Independentemente do recorte de cada estudo, a violência precisa ser compreendida em suas bases mais primitivas, para só então ter observada a sua evolução histórica e social que a estabeleceu em diversos contextos sociais. A violência, em primeiro lugar, precisa ser compreendida na sua materialidade como pertencente e inerente ao campo psíquico do ser humano, ou seja; o homem carrega em si a gênese da violência, sendo potencialmente agressivo.
O reconhecimento desta premissa básica, ajuda o pesquisador a suspender juízos aparentes e pre-determinações moralistas, para compreender os movimentos agressivos como próprios da humanidade. Os impulsos violentos estão presentes no caráter humano, e foi por meio deles que os povos se instituíram, consolidaram ao longo da história. A violência está presente nas relações humanas desde que o homo sapiens apropriou-se de sua consciência.
E foi por intermédio de sua própria consciência, que as sociedades foram verificando os efeitos dos impulsos violentos na natureza, nas relações afetivas e grupais. Desta forma, desejou a construção das regras que separaram as violências em, permitidas e não permitidas. A violência, portanto, ganhou na coletividade, status de controle social.
O controle social vem das tentativas de manobrar e equilibrar a violência contendo-a e guardando-a para usos específicos. A violência ganha pronomes e adjetivos, amenizações subservientes, mascaramentos justificáveis, que ganham força pela forma com que são introjetados no psiquismo humano.
A dubiedade existente nesta temática é um desafio para a crítica, possivelmente existente em algumas mentes, pois uma segunda característica básica da violência é que esta foi institucionalizada na sociedade por meio do poder político e estatal, sendo manipulada conforme a necessidade institucional que ora a marginaliza e ora a autoriza.
Todo princípio da violência, enquanto constructo humano é um conceito ideológico e caracteriza a assim denominada, violência estrutural. O arcabouço das necessidades de controle sobre as necessidades básicas de auto-defesa.
Portanto, atentemo-nos que; para estudar a violência, deve-se ter em mente dois princípios básicos, a violência é humana e a violência é estrutural.
Bom Domingo :)
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