quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Síntese do Texto [Robbins, S. P. Abordagens Básicas sobre Liderança - Capítulo 11 – p. 257- 270]:

O que é liderança? É diferente de administração, pois envolve o enfrentamento da mudança enquanto administração é o enfrentamento da complexidade. O líder aponta metas futuras e engaja pessoas nessa visão através da comunicação sendo inspiração para a superação de obstáculos. Embora haja esta distinção entre as duas pesquisadores e executivos raramente fazem esta distinção. Então a definição de liderança é a capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas. Nem todo administrador é líder e nem todo líder é um administrador. Líderes surgem de forma natural dentro de um grupo ou por indicação formal.
 
Teoria dos Traços (1930): Utilizada para definir características de liderança. Em pesquisas percebeu-se que uma das maiores características é a extroversão, porém muitos líderes a usam para atrair para si a sua vontade o que não implica que líderes com características de líder sejam eficazes. Conclui-se que as características de traço são determinantes do perfil de líder e eficazes para prever o surgimento de um líder, mas não para distingui-los em eficientes e não eficientes e que o fato de terem estas características não significa que serão bons líderes e que atingirão os objetivos para o grupo. 

Teorias Comportamentais (anos 40, década 1960): surgem pelas falhas dos traços. É a analise do comportamento da liderança em busca de especificidades no modo de se comportarem. As diferenças básicas entre a teoria de traços e a comportamental é que a primeira acredita no inatismo das qualidades de liderar e a segunda na formação de líder por contingências (programas para implantar comportamentos padrões). Alguns estudos foram feito dentro destas propostas:

 Estudo da Universidade Estadual de Ohio: buscaram identificar dimensões independentes do comportamento do líder e chegaram a duas categorias: estrutura de iniciação e estrutura de consideração. A primeira se refere em como o líder consegue definir e estruturar seu papel na liderança e o dos funcionários na busca dos objetivos. A segunda, estudou como o líder é capaz de manter as relações no trabalho como, confiança mútua, respeito as ideias de outrem e cuidado com os sentimentos alheios. Muitas pesquisas indicam que lideres com maior índice de consideração e iniciação conseguem obter melhor desempenho e satisfação dos funcionários do que os que possuem índices baixos.
 
Estudos da Universidade de Michigan: objetivaram estudar as características de liderança em relação com o desempenho eficaz e chegaram a duas dimensões: orientação para o funcionário e orientação para a produção. A primeira dá ênfase às relações interpessoais, isto significa que líderes voltados a esta dimensão demonstram interesse pessoal nas necessidades de seus funcionários. A segunda enfatiza os aspectos técnicos e práticos do trabalho. Isto significa que líderes com tendência a esta dimensão preocupam-se com as metas e a execução de tarefa e não com os seus membros. O estudo concluiu positividade para os líderes com orientação para o funcionário e negativo para o de produção, cujos resultados são baixo índice de produtividade e satisfação. 

O Grid Gerencial ou de Liderança: a partir dos estudos anteriores propôs 81posições diferentes para os estilos de liderança. Não mostra os resultados do líder, mas os fatores dominantes na forma dele pensar os resultados. Estudos Escandinavos (Finlândia e Suécia): especulam a existência de somente duas dimensões. Num mundo moderno, o comportamento deve voltar-se ao desenvolvimento. Liderança inovadora com novas maneiras de fazer as coisas, novas abordagens na resolução de problemas e incentivo a iniciar novas atividades. Os resultados foram estudos posteriores que coadunaram para a existência desta terceira dimensão. 

Teoria das Contingências: a impossibilidade de obter resultados levou a pesquisa sobre as influências da situação. Relação entre estilo e eficácia em determinada situação (a) podem apresentar resultados (b) ou (c). O modelo de Flieder: a eficácia do desempenho do grupo depende da adequação entre o estilo do líder e o grau de controle da situação. O fator essencial para o sucesso é o estilo de liderança. Ele criou o formulário do colega menos preferido (LPC) para descobrir o estilo básico de líder. Após a aplicação ocorre a definição da situação: a) relação entre líderes e liderados, b) estrutura da tarefa e c) poder da posição. Então, avalia-se a situação em relação a estas três variáveis contingenciais. Com os resultados é proposta a avaliação das variáveis e a adequação entre eles para chegar-se ao máximo da liderança eficaz. 

Teoria do Recurso definitivo: é a reconceitualização da mesma teoria com enfoque no estresse (como desvantagem situacional) e na reação do líder frente ao estresse (avaliação da experiência e da inteligência no enfrentamento do estresse). A teoria situacional de Hersey e Blanchard: teoria contingencial com foco nos liderados. O nível de prontidão dos liderados influi no estilo de liderança, pois são eles que aceitam ou não o líder. Esta teoria percebe a relação líder-liderado. 

A teoria da troca entre líder e liderados: argumenta que pela pressão do tempo o líder estabelece relação com um pequeno grupo (de dentro ou de confiança). Logo no inicio o líder já categoriza os de dentro e os de fora. Geralmente por afinidades ou por nível de competências. São as características dos liderados que conduzem esta decisão do líder e os de dentro acabam por receber mais vantagens. A teoria da meta e do caminho: é função do líder ajudar os subordinados a alcançarem as metas e dar orientação e apoio para assegurar que as metas sejam compatíveis com os objetivos organizacionais. Líderes eficazes abrem os caminhos para a efetivação das metas numa jornada mais fácil e com menos obstáculos. 

São 4 os comportamentos de liderança (House): líder diretivo; líder apoiador, líder participativo e líder orientado para a conquista. Pressupõe que os líderes são flexíveis podendo mostrar qualquer destes comportamentos. São propostas duas classes de variáveis contingenciais ou situacionais: ambientais e individuais. A primeira determina o tipo de comportamento esperado do líder e a segunda como o ambiente e o comportamento do líder são interpretados. O modelo de participação e liderança: relaciona o comportamento de liderança com a participação no processo decisório. O comportamento do líder deve se ajustar a estrutura da tarefa. Incorpora sete contingencias e cinco estilos de liderança. A desvantagem é que este modelo é muito complicado para ser usado por lideranças administrativas. É um modelo sofisticado, porém muito complexo (crítica). 


Análise Crítica 


O texto apresenta o papel da liderança e todos os modelos desenvolvidos em pesquisa que relacionam as articulações entre liderança e liderados. Apresenta os modelos da Teoria de Traços e Comportamentais. Percebe-se que há uma grande influência da abordagem behaviorista nas relações de trabalho. Esta teoria tende a reforçar estudos adaptativos e de ordem funcional e prática objetivista a serviço da organização. Não se percebe movimentos críticos das relações interpessoais apresentadas na teoria. Apenas a corroboração de técnicas e meios para manutenção de um melhor status quo profissional, traduzido na “liderança eficaz” que serve aos mecanismos de produção do capital. 


Referências Bibliográficas 


Robbins, S. P. (1943/2005). Comportamento Organizacional. (11ª Ed). São Paulo, Pearson Prentice Hall.

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