segunda-feira, 23 de novembro de 2020

SOMATIZAÇÃO NA GESTAÇÃO: A RELAÇÃO DAS ANSIEDADES E IMPRESSÕES ONÍRICAS SOB A PERSPECTIVA PSICANALÍTICA.

 http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v17n1/v17n1a08.pdf

 

[i]Co/ BONASSI, Silvia Maria

[ii]A/ MELGACO, Damaris Alcídia da Costa

Resumo

Este estudo objetivou investigar o viés epistemológico que compõe o raciocínio ideológico do profissional psicólogo junto à equipe multidisciplinar e a gestante, e como essa percepção afeta a qualidade dos atendimentos de queixas de ansiedade e sintomas psicossomáticos durante o pré-natal numa Unidade de Saúde da Família no centro oeste brasileiro. A escuta e reflexão psicanalítica junto a oito gestantes e quatro profissionais de saúde, enfatizaram a importância do suporte social, da humanização, e dos processos autônomos na gestação, da própria relação objetal e existencial. Foram usados roteiros de entrevistas semidirigida. A análise de entrevistas e inter-relações dos discursos das participantes indicou que todas tem um parceiro fixo, 62,5% estão no terceiro trimestre gestacional e são trabalhadoras.  Os sentimentos mais frequentes das gestantes foram ansiedade, insegurança, intranquilidade e cansaço, somatizações comuns ao terceiro trimestre gestacional. A conscientização e a concretização dos direitos fundamentais quanto à saúde biopsicossocial e também quanto à constituição do vínculo mãe-bebê e profissional-paciente poderão ser desenvolvidas. As gestantes sentem falta da escuta e humanização no serviço de psicologia e que segundo a percepção das gestantes está insatisfatório, pois o serviço ocorre em baixa frequência e em grupos numerosos o que dificulta o acesso a esse profissional.  

Palavras-chave: Pré-natal. Humanização. Psicossomática.

Resumen

Este estudio pretende investigar el sesgo epistemológico que constituye el razonamiento ideológico de los psicólogos por el equipo multidisciplinario y las mujeres embarazadas, y cómo esta percepción influye en la calidad de atención quejas y síntomas de ansiedad durante el prenatal unidad psicosomática de la salud de la familia en el centro occidental de Brasil. La escucha psicoanalítica y ponderación a lo largo de las ocho mujeres embarazadas y cuatro profesionales de la salud, destacó la importancia del apoyo social de humanización y procesos autónomos en embarazo, objetal y relación existencial de sí mismo. Guión de entrevistas semi dirigidas fueron utilizados. El análisis de entrevistas y las interrelaciones de los discursos de los participantes indica que todos tienen una pareja fija y 62,5% en el tercer trimestre gestacional son trabajadores. Los sentimientos más frecuentes de las embarazadas fueron ansiedad, inseguridad, malestar y cansancio, somatizações común en el tercer trimestre del embarazo. Pueden desarrollar el conocimiento y aplicación de los derechos fundamentales en cuanto a la salud biopsicosocial y también en cuanto a la Constitución del vínculo madre-bebé y profesional-paciente. Las mujeres embarazadas pierda su escucha y humanización de la psicología y que según la percepción de las mujeres embarazadas es insuficiente, porque el servicio ocurre en baja frecuencia y en numerosos grupos que hace el acceso a este profesional.

Palabras claves: Prenatal. Humanización. Psicosomáticas

Abstract

This study aimed to investigate the epistemological bias that makes up the ideological reasoning of psychologists by the multidisciplinary team and pregnant women, and how this perception affects the quality of care complaints and anxiety symptoms during the prenatal unit psychosomatic of family health in Central Western Brazil. The psychoanalytic listening and pondering along the eight pregnant women and four health professionals, emphasized the importance of social support of humanization, and autonomous processes in pregnancy, objetal and existential relationship itself. Script of semi-directed interviews were used. The analysis of interviews and interrelationships of the speeches of the participants indicated that they all have a fixed partner, 62.5% are in the third trimester and gestational are workers. The most frequent feelings of pregnant women were anxiety, insecurity, unrest and tiredness, somatizações common to the third trimester pregnancy. The awareness and implementation of fundamental rights as to biopsychosocial health and also as to the Constitution of the mother-baby bond and professional-patient can be developed. Pregnant women miss their listening and humanization of psychology and who according to perception of pregnant women is unsatisfactory, because the service occurs at low frequency and in numerous groups which makes access to this professional.

Keywords: Prenatal. Humanization. Psychosomatic.

Introdução

A psicanálise tem uma relação direta com a psicossomática, pois historicamente através de Freud (1856-1939) e seus estudos com as histéricas inaugura-se a era das associações entre os resultados dos assuntos inconscientes manifestos no corpo e as implicações destes no estabelecimento do ser social, ou seja, em Freud estabelecem-se as inter-relações entre o soma, a psique e o estabelecimento do “eu” reconhecido. Sendo o corpo a fonte das pulsões e o responsável pela satisfação destas pulsões emocionais foi dado em Freud o gatilho para que a construção de uma metapsicologia fosse entendida como uma abordagem singular e diferenciada (Freud, 1925, 1926, 1893, 1896, Oliveira, 2010, Quinodoz, 2007).

Ao analisarmos Freud em seu contexto histórico podemos inferir seu caráter revolucionário voltado às minorias psicológicas, já que impossibilitado de tratar “histeria masculina”, teve como principais pacientes mulheres que eram rejeitadas pelos médicos, na busca de um resgate da alteridade feminina. Considerando que em Viena a mulher era vista como uma pessoa sem voz, coube a ação subversiva e revolucionária deste pensador devolver-lhes a palavra por meio da escuta atenta. Afinal, o próprio termo “mulher histérica” ou “caráter nervoso” retoma valores cristalizados e representações sociais estereotipadas em relação ao feminino, fruto de uma sociedade patriarcal e machista (Freud, 1925, 1926, 1896, 1893, Quinodoz, 2007, Winograd & Klautau, 2014).

Decorridos anos a psicossomática tomou forma e vários autores pós-freudianos desenvolveram teorias específicas a esta área, entre eles Ferenczi (1909), Groddeck (1917), Alexander (1950) e Winnicott (1988). O primeiro entendeu as manifestações do soma como gritos corporais que denunciavam expressões ocultas da psique, o segundo entendia que ao descobrir a fonte libidinal adoecida certamente o agravamento desta fonte levaria a cura orgânica, o terceiro iniciou a vertente da medicina psicossomática que acreditava na relação entre a emoção e os transtornos viscerais, ou seja, uma emoção forte levaria ao transtorno visceral e este por sua vez levaria à doença orgânica. Por fim, Winnicott postularia a dicotomização do olhar direcionado ao humano, uma vez que o soma e a psique são uma realidade existente e as interações ocorrentes entre elas não são triviais, sendo as diferenciações entre corpo-psique-mente essenciais para a compreensão das estruturas funcionais destes elementos (Alexander, 1950; Ferenczi, 1909; Groddeck, 1917, Soto, 2006, Winnicott, 1988).

Partindo da premissa revolucionária da psicanálise insiste-se que esta é atual e deve ser utilizada em contextos diversos como a área da saúde em processos coletivos e grupais que busquem a excelência desta matriz psicológica e seu referencial teórico integrado à psicologia social. Longe de ser uma psicologia de consultório, a psicanálise moderna constrói enlaces atuais sem perder o caráter a priori humanizado. Afinal, em tempos modernos, exigências como o suporte social e a humanização - SUAS, são impostas ao trabalho do psicólogo junto aos contextos de saúde (Rapoport & Piccinini, 2006; Ministério da Saúde, 2004).

Sendo o caráter progressista desta matriz aprioristicamente direcionado ao estudo do funcionamento psíquico da mulher e sua libertação despudorada, ao tratarmos da gestação e dos processos ansiógenos envolvidos neste período é essencial que a psicanálise retome seu referencial teórico libertador. Assim como nos estudos da histeria, na atualidade ela mantém a importância das realidades vivenciais, tomando-as por material de trabalho, dando ênfase e valor as incertezas, aos pequenos saberes, numa busca constante de soluções para os eventuais desacordos, valorando a “palavra” que conduz a ação. Não somente isto, mas fazendo uso de suas técnicas e compreensões das fases psicossexuais e as implicações na forma reconhecida do eu, bem como das traduções oníricas reveladoras das emergentes pulsões do inconsciente incansável em sua busca da realização e do prazer (Freud, 1893, 1896, Myssior, 2007, Winograd & Klautau, 2014).

1 Processos Ansiógenos, Doenças Psicossomáticas e Suporte Social na Gestação

A gestação, segundo vários estudiosos, é um período que mexe com as matrizes vinculares da mulher e todos que a rodeiam. Neste período mudanças orgânicas (soma) e psicológicas (psique) ocorrem e marcam o campo social simbólico. Emergem uma nova realidade e esta retoma as vivências psicossociais anteriores.  Uma gestação permeada por ansiedades e inseguranças pode ser potencialmente um terreno fértil para o aparecimento de doenças psicossomáticas, inclusive a manifestação de patologias emergentes no campo social, sendo dominante na saúde mental da mulher e de seus familiares (Ferreira, Elias & Corrêa, 2018, Maldonado, 2010).

Winnicott (1988) afirma que tornar-se uma mãe suficientemente boa não está somente ligado ao futuro, mas também ao passado, pois os vínculos são circulares, ou seja, a mesma mãe um dia foi o bebê e as determinações interacionais do ambiente e da antiga maternagem construíram o seu self maduro e autônomo. Muitas expectativas recaem sobre a mãe em relação a uma suposta aprovação de maternagem e este é um dos fatores que contribuem para o surgimento das manifestações de ordem patológica.

Muitos são os sintomas que denunciam uma possível manifestação psicossomática, entre eles sonolência, náuseas e vômitos, hipertensão, lipotimias, hipermemese, diarreias, constipação pertinaz, edemas, aumento excessivo de peso, caimbras, alterações da pressão arterial, etc. Estes sintomas denunciam uma “regressão” inicial que retoma a identificação fetal pela mãe de suas primeiras experiências (Soifer, 1980, Szejer & Stewart, 1997, Winnicott, 1988). 

Alterações orgânicas são percebidas o que desencadeia a regressão, uma imensa solidão é experimentada nesta vivência e retroage em diferentes reações. Uma dupla identificação se estabelece a nível consciente e inconsciente e percorre o caminho da projeção tanto com o bebê gestado como com antigos modelos educativos. Dores inespecíficas, mal-estar e indisposição emergem das necessidades regressivas referentes à carência de proteção e cuidado. O lugar do filho agora é o de competidor da atenção. Desta forma a criança aparece como o algoz que pode tirar a vida da mãe (Maldonado, 2010, Szejer & Stewart, 1997, Soifer, 1980).

Processos mal construídos que desqualificam a imagem da mulher são instrumentos de fragilidade egoica e impõem sentimentos incapacitantes, autojulgamento e pensamentos destrutivos que podem levar a perdas gestacionais e má formação fetal. As influências das interações que antecederam a futura mãe durante o seu desenvolvimento na infância acarretarão fortemente na probabilidade de ocorrências psicopatológicas e doenças relacionadas às estruturas de sua personalidade, doenças como fobias, histerias, depressão, hipocondria, etc. relacionadas a processos ansiógenos poderão aparecer ou tornarem-se mais visíveis na gestação (Maldonado, 2010, Szejer & Stewart, 1997, Soifer, 1980, Winnicott, 1988).

Ao compreendermos as implicações psicológicas desta fase da mulher manifestas na organicidade feminina, bem como nas inter-relações sociais da mesma faz-se necessário retomarmos a importância do viés epistemológico profissional nas traduções oníricas da gestação. O lugar da psicanálise, aqui, deve ficar bem claro e as diferenciações da visão materialista predominante na medicina biológica são fundamentais. Romper com a lógica biomédica da medicalização é importante para recuperarmos o lugar que a psicanálise deveria ocupar: o da escuta atenta (Cruz & Pereira Jr., 2011, Ursin, 2000).

Na medicina biológica as leituras originalmente positivistas têm sido questionadas na atualidade. Estudos apontam para uma relação entre mente e corpo e sintomas psicossomáticos. Está confirmada a relação entre o sistema nervoso autônomo e o sistema límbico e que as vivencias de ordem emocional e afetiva em contexto cultural afetam estes sistemas. Logo, é mais importante conhecer as pistas que o material psíquico acidental dos indivíduos dá do que os processos psicossomáticos, porque seria através de uma busca dos significados dos sintomas que se chegaria a uma resolução do problema (Ursin, 2000, Kaltenbeck, 1990).

Ora, cabe à psicanálise descobrir estas pistas. Desta forma ela precisa desvencilhar-se das influências do discurso científico, médico, que foi seu mantenedor por longas datas e que divide o corpo e a mente postulando ao corpo um curso naturalizante de leis biológicas, sem que a participação dos indivíduos seja considerada ativa e preponderante nos estados orgânicos.  Ela precisa desvelar-se desta ciência que até entende as influências dos estados conscientes e inconscientes da mente, mas os relega ao segundo plano, tornando-os fatores irrelevantes (Bastos & Gondim, 2010, Myssior, 2007).

Aliados a esta disposição de sair do campo do individualismo para adentrar ao campo da coletividade social desvinculando-se das visões cristalizadas que impõem uma norma a psicanálise retoma o olhar profundo necessário para compreender os contextos integrais da gestante ampliando o seu campo da visão e da escuta. Dados como a historiografia vincular, o contexto sócio-econômico-cultural e a qualidade da assistência que recebe ajudam os profissionais a se conectarem ao amplo espaço social em que esta mulher grávida está inserida. Desta maneira há a possibilidade de obter material suficiente para que um diagnóstico situacional seja formado, ultrapassando a visão biologizante de diagnósticos puramente clínicos e psicopatológicos (Bastos & Gondim, 2010, Maldonado, 2010).

2 Método

2.1 Amostra

Compõe-se de oito mulheres gestantes do primeiro ao nono mês gestacional e quatro profissionais da equipe multidisciplinar (psicóloga, fisioterapeuta, nutricionista e enfermeira) de um município do centro oeste brasileiro.

2.2 Procedimentos

Desenvolveu-se contato com a instituição para esclarecimento dos objetivos e procedimentos da pesquisa. Posteriormente solicitou-se a assinatura de termo de compromisso e consentimento dos responsáveis pelas unidades municipais de atendimentos pré-natais e do pesquisador, bem como de todas as participantes da pesquisa. Definiram-se as estratégias de pesquisa e de horários para permanência no serviço conforme realidade diagnosticada.

3. Resultados e Discussão

O presente estudo objetivava investigar o viés epistemológico que compõe o raciocínio ideológico do profissional psicólogo junto à equipe multidisciplinar e a gestante, e como essa percepção afeta a qualidade dos atendimentos de queixas de ansiedade e sintomas psicossomáticos durante o acompanhamento pré-natal. Ao trabalharmos com as gestantes e profissionais do NASF/UBS se fez necessário interrelacionar os discursos, bem como as perspectivas ideológicas de cada participante. Os anseios, medos e expectativas referentes não só à gestação como também profissional na construção sociocultural, já que os indivíduos não se separam de sua totalidade, ou seja, são pessoas dotadas de subjetividades e expressividades diversas apreendidas na cultura e pela cultura.

Foi importante elencar o papel do meio social para entender as relações objetais dadas entre humanidades. Para tanto, o olhar objetivo e perceptivo dessas relações por parte do pesquisador foi fundamental, já que a psicossomatização de enfermidades na gestação está intimamente ligada aos processos ansiógenos elaborados nas relações sociais ou entre pares, cujas influências interacionais antecederam o desenvolvimento psíquico da gestante desde a infância acarretando no aparecimento das doenças de ordem emocional (Soifer, 1980, Szejer & Stewart, 1997, Winnicott, 1988).

Ao decorrer do estudo nas UBS’s e NASF de um município do centro oeste brasileiro, trabalhou-se a escuta e reflexão psicanalítica junto a oito gestantes e quatro profissionais de saúde, enfatizando a importância do suporte social, da humanização, e dos processos autônomos na gestão da própria relação objetal e existencial. A finalidade era a conscientização e a concretização dos direitos fundamentais quanto a sua saúde biopsicossocial e também quanto à constituição do vínculo mãe-bebê e profissional-paciente, elencando a implicação afetiva das relações tanto gestacional como laboral enquanto potencialidade positiva ou negativa na problemática da saúde pública.

Observou-se através da coleta de dados que a idade média das futuras mães está entre 18-42 anos, e que 50% (4) delas apresentavam faixa etária superior a 30 anos. A média da idade das profissionais ficou entre 31-52 anos, 100% (4) delas apresentavam faixa etária superior a 30 anos, ou seja, das 12 participantes 66,6% (8) estavam na faixa etária superior a 30 anos.

Em relação ao estado civil 100% (8) participantes gestantes afirmaram estar em uma união estável, independentemente de seu estado civil, ou seja; todas possuíam um parceiro fixo. Durante as entrevistas verificou-se nos relatos o quanto a gestante precisa da parceria do companheiro. Uma das participantes expôs suas inseguranças em relação ao marido e apontou como fator ansiógeno a ausência de sua presença no lar. Seu companheiro é caminhoneiro. Outras duas participantes informaram que há anseio pela nova vida e todas as participantes desta pesquisa apontaram como importante a participação do cônjuge nessa nova etapa. Verificou-se, portanto, como Soifer (1998) afirma que as relações conjugais são fator importante que deve ser olhado atentamente, já que tanto homem, como a mulher retomam sentimentos vivenciados na infância projetando no bebê suas frustrações e anseios. Ora o bebê pode aparecer como o algoz da mãe, ora como o algoz do pai.

Para a mãe emergem sentimentos invasivos fantasiosos de que o bebê lhe ataca na intenção de roubar-lhe a vida. Para o pai emergem sentimentos competitivos onde o bebê é o inimigo que roubará de si a esposa.  Por essa razão o suporte social é muito importante porque implica que se acolham individualmente as pessoas mobilizando os recursos psicológicos individuais para que os mesmos administrem seus conflitos emocionais (Ornelas, 1994).

Notou-se que em relação à escolaridade das participantes gestantes apenas, 25% possuíam Ensino Médio Incompleto, ou seja, a maior parte delas, 75%, está em nível de escolarização considerado bom: Médio-Superior. Isso pode ser inferido pela localização geográfica do bairro Izanópolis indicando região urbana periférica, com uma classe de moradores mais escolarizados.

Das doze participantes do espaço amostral 41,66% declararam-se brancas e 41,66% pardas, sendo, portanto, maioria étnica: brancos e pardos.  Isso ocorre pela história das composições étnicas da região leste sul-mato-grossense, em específico na cidade da pesquisa, que é caracterizada segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como município de prevalência étnica branca e parda. A cor parta se justifica pelas variadas ascendências étnicas existentes na região (Petruccelli & Saboia, 2013).

A maior parte das gestantes 62,5% possui atividade fora do lar. A maior parte das profissionais 75% é atuante no NASF, e 100% participam de interações entre instituições e funções, principalmente em consultas compartilhadas.

Observou-se que 62,5% das participantes estão no terceiro trimestre gestacional que compreende do sétimo ao nono mês gestacional. Esse período gestacional é crucial já que o parto se aproxima e a expectativa de que haverá mudanças na rotina com a chegada do bebê, bem como a possibilidade de o parto ultrapassar a data limite são ameaças constantes no pensamento imaginário da gestante e de seus familiares. Por essas razões é comum que os níveis estressores ressurjam mais intensamente (Soifer, 1980, Szejer & Stewart, 1997).  

Em relação à avaliação de traços e estado das gestantes elencando os fatores positivos verificou-se que sentimentos de insegurança, intranquilidade e cansaço apareceram de forma mais dominante nas entrevistas. Podem-se relacionar esses sentimentos aos momentos vividos pelas gestantes e que antecedem a gestação, já que a maioria está no terceiro trimestre.

Outro fator importante observado e que corrobora para uma melhor análise dos dados é que apesar de relatarem cansaço extremo e intranquilidade a maior parte das gestantes afirmou sentirem-se seguras. Esses dados ambivalentes são indicadores da labilidade do humor durante a gestação, principalmente no período pré-parto quando há insegurança para o nascimento. Chamou atenção, também, a alta porcentagem (87,5%) das gestantes que afirmaram sentirem-se alegres. Correlacionou-se a alegria com as pulsões de vida e expectativas por uma nova vida. É essa pulsão de vida elaborada por Freud que caracteriza o desejo de que as vontades individuais sejam concretizadas na busca do prazer e da satisfação da libido. Sabe-se que na convivência social o instinto só pode se realizar através da organização dos impulsos essa organização assim chamada de consciência social (Oliveira, 2010).

 Existe, portanto, órgãos castradores nessa organização instintual social. A vinda de um filho é a realização desses instintos individuais reforçados pelo desejo social. Daí o motivo de tão grande alegria, pois realiza tanto o desejo individual de tornar-se mãe como o desejo social de aumentar a prole familiar.

Ainda, observou-se que 75% da amostra consideram que estão bem consigo e com os outros. Dados que ainda estão relacionados ao instinto de vida que busca apoio nos vínculos positivos, considerando que na sociedade moderna o cuidado com o corpo, a aquisição de bens e imóveis, pertencer a um círculo social são sinônimos de vida estabelecida e próspera. Logo o conforto e o bem estar são discursos provenientes de uma sociedade que deseja e consome (Oliveira, 2010). No entanto, quando essas expectativas do desejo social não são correspondidas no individual observa-se que o sofrimento emerge em processos ansiógenos, tanto que 30% da amostra de gestantes relatou sentirem-se inseguras, embaraçadas, com humor instável, e preocupadas diante do nascimento eminente de seus bebês.

Vários foram os relatos de aspectos negativos desde a história familiar, onde grande parte das gestantes possui relacionamentos instáveis, com presença de segundo e terceiro relacionamento e filhos, também; fruto de relacionamentos anteriores. Grande parte da amostra relatou incertezas e dúvidas em relação ao futuro, bem como instabilidade financeira e social. Observou-se vulnerabilidade emocional com relato de abortos, doenças psicossomáticas e complicações gestacionais.

Quando analisadas em relação a estar à vontade ou livre para praticar algo 62,5% afirmaram se sentir assim. Observou-se, então, que apesar da assistência médica obstétrica insuficiente as gestantes se apoiam no atendimento da enfermagem e isso lhes traz segurança, já que 100% das gestantes entrevistadas relataram sentirem-se bem e satisfeitas em relação ao serviço da enfermeira: Participante 1. “Ela é melhor que o médico. Fala mais. Orienta”; Participante 2. “Sem palavras. Ela é uma pessoa que deixa a gente muito a vontade. Se pudesse fazer meu parto faria com ela [...]”; Participante 3. “Agradável e tira as dúvidas [...]”; Participante 4 “Dentro do que é, é bom”; Participante 5.Boa, atenciosa”; Participante 6. “Atende bem. Faz o atendimento todo mês, é preocupada”; Participante 7. “Porque pergunta tudo. Quer saber como estou. Esclarece tudo. Até o que não pergunta.” Participante 8. “Atendimento bom”.

Analisando essas respostas retoma-se a importância do suporte social tão pouco estudado segundo Rapoport e Piccinini, (2006). Entende-se também que existem muitas incongruências sociais e regionalismos e, portanto, o respeito às diversidades são primordiais nas relações humanas. Para que a ajuda seja eficiente é preciso atingir esses saberes próprios de cada indivíduo em suas subjetividades e necessidades pessoais (Maldonado, 2010).

Infelizmente o município estudado possui índices neonatais muito ruins de acordo com indicadores divulgados. Conforme tabela “Coeficiente de Mortalidade 2011-2015” a cada mil nascidos vivos, divulgados em 2016, o índice de mortalidade neonatal fica assim especificado: de 2011 a 2014 os índices ficaram entre 10,3 e 10,8. Em 2015 houve melhora nos índices ficando registrado em 6,8 (SEMADE/MS, 2016). Atualmente os índices de mortalidade neonatal estão registrados em 2017 em 3 (14,3) número absoluto e 2018 em 2 (9,5) número absoluto, sendo que a Região do Mato Grosso do Sul obteve índices gerais em 2017 de 6,40 número absoluto e em 2018 de 6,32 número absoluto (Indicadores-2017-2018). O município em questão possui 20,966 habitantes - Censo 2010 (SEMADE/MS, 2016).

É importante notar que a ausência do atendimento obstétrico de um médico especialista, a ausência de atendimento especializado para alto risco e a ausência de suporte social para o parto humanizado podem ser um catalisador desses índices apontados. Segundo relatos das gestantes e profissionais a maior parte do atendimento de pré-natal é realizado pelas enfermeiras e médicos generalistas.

Durante as entrevistas 87,5% das participantes mostraram-se receptivas ao pesquisador. Isso denota que a escuta é um processo de grande significado e que o acolhimento gestacional é preconizado desse ato, já que como vimos anteriormente os relatos apontam para a boa comunicação e escuta das suas necessidades no atendimento da enfermagem.

Observou-se que sentem falta da escuta e humanização no serviço de psicologia e que segundo a percepção das gestantes está insatisfatório, pois o serviço ocorre em baixa frequência e em grupos numerosos o que dificulta o acesso a esse profissional. Myssior (2007) apontará para essa necessidade quando afirma que o lugar da psicanálise precisa ficar bem claro, já que a mesma leva em conta as realidades vivenciais e as toma por material de trabalho.

Quando avaliadas no aparecimento de intercorrências mais comuns observou-se que das oito participantes, 87,5% relataram sentir enjoos, vômitos e ansiedade. Soifer (1980) afirma que essas vivências são comuns já que o corpo percebe mudanças significativas e através desses sintomas torna a gravidez evidente. Além disso, a ânsia da incerteza torna intensa a vivência persecutória, ideia que retoma o algoz (filho).

Notou-se que a ansiedade, insônia, esquecimento, tonturas, depressão e estresse são sintomas de particularidades emocionais e precisam do atendimento psicológico, denotando a importância desse profissional nas articulações de suporte social as demandas municipais. Já sintomas como azia, constipação, formigamento, inapetência, hipertensão, oscilações de pressão e diarreia apontam para efeitos colaterais de problemas físicos e nutricionais aonde a presença do nutricionista, fisioterapeuta e educador físico são essenciais para as demandas do município.

O índice alto dessas intercorrências psicológicas e físicas no espaço amostral infere lacunas nesse serviço e que se comprovam nas queixas das profissionais em relação às articulações funcionais das equipes no serviço realizadas pela gestão municipal, bem como as condições de trabalho nos espaços públicos, tanto do Nasf como das UBS’s. Observam-se essas lacunas nas seguintes falas: Participante (A) – “Deveriam compor a equipe Nasf mais profissionais como psicólogo e educador físico” e “O apoio matricial psicológico é inexistente”. Participante (B) – “O grupo de gestante do Nasf (por exemplo) se perdeu na licença maternidade. Falta acessibilidade ao local pelas características da gestante física e emocional.”. Participante (C) – “Acho que realizo tudo que a gestão me oferece, mas ainda falta alguma coisa. Exemplo: condução (uso carro próprio), testes (xerocopiados), aplica e precisa rasgar – não compram material atualizado”. Participante (D) – “O trabalho mais aprofundado em confecção de dieta e a prática realizada em oficinas culinárias que poderiam ser realizadas não acontecem”.

Observou-se que poucas participantes tiveram contato com as atividades propostas pela equipe NASF junto às UBS’s. E quando em contato tiveram pouca participação, em média três participações durante todo o processo de atendimento pré-natal. Os motivos alegados são que iniciam o pré-natal mais tarde em média 1,5 mês gestacional, que as reuniões ocorrem uma vez a cada dois meses, pois há rodízio entre as UBS’s atendidas pelo programa, e que a parceria não é feita em todas as unidades já que faltam profissionais para auxiliar na demanda.

Todas as queixas elencadas pela equipe multidisciplinar coadunam com os relatos das pacientes gestantes entrevistadas, pois 75% delas relataram ter percebido mudanças em relação ao corpo e 62,5% afirmaram sentimentos negativos nessa percepção corporal. Encaixam-se aqui as reclamações referentes à obesidade e inchaços. Na análise das ansiedades gestacionais relatadas notou-se que 25% das participantes estão preocupadas com o corpo e as alterações sofridas no período gestacional, sendo que 12,5% expuseram preocupações com o peso corporal.

Nota-se também que 75% das gestantes se descrevem como pessoas intranquilas, o que infere que ansiedades relativas ao humor, insegurança no relacionamento e intimidade sexual, dúvidas no parto e pós-parto, bem como o próprio medo do parto sejam relatados como queixas frequentes pelas profissionais. Nota-se que nessa amostra 87,5% das gestantes estão ansiosas em relação ao futuro reforçando a inferência confirmada nos dados apurados que coadunam com a estimativa de que 87,5% delas relataram sentir ansiedade, 75% insônia, 25% esquecimento e 12,5% tonturas, depressão e estresse, sendo todas essas intercorrências de cunho emocional.

Importante salientar que em relação à insegurança no relacionamento e intimidade sexual, relatados pela psicóloga como queixas mais frequentes, se confirma pela amostra, já que; 62,5% revelaram sentirem medo, bem como ansiedades em relação ao bebê (12,5% dessas preocupações com doença congênita do bebê) e ao marido. Outras 37,5% estão ansiosas com a divisão da atenção dada pelos familiares a elas e ao bebê. Expressaram sentimentos e medo de rejeição 25% da amostra e 12,5% das participantes expuseram medo do abandono e sentimentos de estranheza. Outras 25% relataram que estão preocupadas com os filhos anteriores à gestação atual e as relações interpessoais que envolvem o marido, já que muitas delas estão num relacionamento em que existem filhos de outras relações.

As queixas de náuseas e vômitos relatadas pela enfermeira se confirmam, já que; 87,5% das gestantes relataram sentir enjoos e vômitos. Em relação às queixas expostas pela nutricionista percebeu-se que a hipertensão também se confirma como queixa frequente, pois 25% das gestantes relataram a ocorrência de hipertensão e oscilação da pressão. A queixa de “dores de coluna e pélvica” relatadas tanto pela enfermeira quanto pela fisioterapeuta também coadunam com os coeficientes apurados, já que; 50% das participantes gestantes relataram sentir dor abdominal.

Finalmente, ao analisar-se a categoria Traduções Oníricas (Sonhos e Pesadelos) percebe-se que há presença de sonhos ou pesadelos durante a vivência gestacional, porém não há uma preocupação da equipe multidisciplinar, em particular da área psicológica, em adentrar nas traduções oníricas possíveis que poderiam possibilitar uma melhor compreensão das vivências estressoras e ansiógenas, bem como das emoções experienciadas pela gestante nesse período.

Das oito participantes, 75% relataram ter tido sonhos durante a gestação, sendo que dessas 25% tiveram pesadelos e somente 12,5% sonhos recorrentes. Em relação aos tipos de sonhos ou pesadelos 75% das mães sonhou com seu bebê, em situações diferentes, dada à subjetividade das relações humanas.

Tabela 1

Principais sonhos relatados pelas participantes gestantes e traduções oníricas possíveis realizadas pelas pesquisadoras

GESTANTES

SONHOS

POSSÍVEIS INTERPRETAÇÕES

NOTAS IMPORTANTES

01

Não registra

Resistência em falar de suas intimidades.

A mesma foi pouco colaborativa no processo de entrevista.

02

O bebê nasceu de parto natural e era um menino parecido com o pai.

 

Sentimentos experimentados são de felicidade, um indicativo de que há uma relação boa com o bebê.

Sem conflitos no processo gestacional.

03

O bebê era um menino gordo, branco e grande o que resultou em um coma da mãe.

O bebê traz a mãe consequências negativas (coma). O estado gestacional traz a ela pensamentos persecutórios de um parto sofrível ou traumático.

Conotação de pesadelo. A mãe é uma condicionadora física e postergou a gestação. Muito preocupada com o físico.

04

O bebe estava maior e defecava, tendo a mãe que limpá-lo.

A gravidez cria pelas expectativas ambivalentes em relação as suas competências psíquicas para o cuidado do seu futuro bebê insegurança. Daí a conotação do sonho de já estar cuidando do bebê, ou seja, há insegurança quanto ao período puerperal, por isso denota-se que o bebê já é grandinho.

 

Histórico de depressão pós-parto (gestação anterior). Apresentou um conjunto de sinais e sintomas de queixas psicossomáticas.

05

O bebê tinha o rosto embaçado e a mão pequena.

Sua percepção em relação ao bebê é a de um bebê pequeno do qual não consegue reconhecer a expressão facial “rosto embaçado” e relata sentimentos de felicidade. Inexperiência gestacional revela-se no rosto embaçado (desconhecido).

 

Jovem mãe, primípara que se refere a sonhos bons.

06

Não registra

Ao relatar o estado da gravidez de uma mulher nessas condições remete a angústias não reveladas em conteúdos de sonhos, provavelmente resultante da ambivalência entre o desejo e a realização da maternidade e os possíveis riscos de uma gravidez tardia.

 

Uma mãe madura (42a), com uma gravidez tardia após vinte e três anos da primeira gestação, portanto trata-se de uma vivência impactante onde a gestante refere-se ao susto e ao mesmo tempo ao sentimento de felicidade.

07

O bebê era uma menina

Sonhos recorrentes em que o bebê é do sexo feminino. Ela estava cercada de amigos que eram expectadores do seu bebê. Enfatiza a sensação de alívio em seguida do sonho. Sugere negação da realidade diagnosticada.

É importante informar que essa gestante está grávida de um bebê do sexo masculino e já tem diagnóstico através de exame laboratorial e ultrassom que o mesmo apresenta lábio leporino.

 

08

Não registra

A gravidez é mais um desejo paterno do que dela, dado que ameaça de aborto já não tem mais a conotação de fantasia, é um dado real em sua história de vida.

 

Histórico de abortos recorrentes que promovem baixa expectativa de vida em relação à evolução de sua gestação. Sua fala durante a entrevista apresenta indícios de pouca disponibilidade interna para seguir recomendações médicas em função de seu histórico de risco de abortos.

Nota. Dados colhidos das entrevistas realizadas nas Unidades Básicas de Saúde que dão pistas valiosas de conteúdos psíquicos importantes em intervenções terapêuticas, porém ignorados no atendimento pré-natal pelos profissionais de saúde.

 

Ao desconsiderar esses relatos e possíveis traduções oníricas o serviço terapêutico perde a riqueza de detalhes tão úteis ao auxílio terapêutico necessário nesse momento único da mulher. Em casos terapêuticos é mais importante conhecer as pistas que o material psíquico acidental dos indivíduos dá do que os processos psicossomáticos, pois seria através de uma busca de significados dos sintomas que se chegaria a uma resolução do problema, porém saber os significados não esgotaria o problema (Kaltenbeck, 1990).

Considerações Finais

Através desse estudo compreendemos que, a partir da percepção de profissionais de saúde do município pesquisado e de gestantes do mesmo município, existe muito a ser feito para que os objetivos das políticas públicas de saúde como a humanização, prevenção e promoção da saúde aconteçam de fato.

Constatamos através dos discursos dos profissionais que existe uma preocupação em fazer o trabalho dentro dessas diretrizes, porém há uma ingerência municipal em áreas importantes como locomoção, formação continuada profissional, recursos materiais e políticas inclusivas que atendam bem a população, dando o suporte social necessário.

Por outro lado, a falta de capacitação fica visível no trato com as gestantes que reclamam do serviço público, bem como da dificuldade de acesso aos médicos obstetras e ao serviço de psicologia. Percebe-se que o trabalho acaba ficando muito generalista, focando apenas nos atendimentos mensais, orientações de cartilhas governamentais e encaminhamento ao hospital a fim de darem à luz.

Assim sendo, mesmo que os profissionais percebam níveis de dificuldades nas relações existentes entre a mente e o corpo e nos processos psicossomáticos; também reconhecem que existe uma carência de fundamentação teórica e aperfeiçoamento profissional, já que essa temática não é muito estudada nas graduações. Por essa razão identificam-se falhas no atendimento das pessoas com queixas visivelmente psicossomáticas. O que prevalece são os encaminhamentos ao psicólogo ou psiquiatra sem uma aproximação interdisciplinar, apesar de ser uma equipe multidisciplinar.

Defendemos, finalmente, que haja um debruçar maior sobre os conteúdos oníricos, bem como emocionais e socioculturais dos indivíduos gestantes que participam do serviço de saúde pública coletiva. Defendemos um aprofundamento do saber psicossomático com ênfase na prevenção, reabilitação e tratamento das doenças considerando de forma ampla as variáveis psicossociais que permeiam os indivíduos, contando com uma imprescindível avaliação interdisciplinar que abarque todos os fatores que os envolvem: condições sociais, culturais, políticas, econômicas e emocionais.

Somente a partir de um replanejamento das prioridades municipais nessa área é que haverá possibilidade de obtenção de melhores resultados, não que esses não sejam bons. Afinal, neste contexto, todos os indivíduos cidadãos estão sujeitos de alguma forma a exibirem algum tipo de sofrimento de ordem psicossomática.

REFERENCIAS

ALEXANDER [1950]. (1989) Medicina psicossomática: seus princípios e aplicações. Porto Alegre: Artes Médicas.

BRASIL (2016). Mato Grosso do Sul. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (SEMADE) Perfil Estatístico de Mato Grosso do Sul 2015: Ano base: 2015 (109 p.). Campo Grande: SEMADE.

BASTOS, A. V. B. & GONDIM, S. M. G. (orgs.) (2010). O trabalho do psicólogo no Brasil. Porto Alegre: ARTMED.

CRUZ, M. Z.; PEREIRA JR, A. (2011). Corpo, Mente e Emoções: Referenciais Teóricos da Psicossomática. Revista Simbio-Logias, 4(6), 46-66. 

FERREIRA, R. M.; ELIAS, F. J. M.; CORRÊA, A. A. M. (2018). Das representações mentais na gestação as frustrações pós-parto: um campo para a psicanálise. Revista Saúde e Meio Ambiente – RESMA, 7(2), 10-18.

FREUD, S. (1893 [1888-1893]) (1976a). Alguns pontos para um estudo comparativo das paralisias motoras orgânicas e histéricas (in) Obras Completas, vol. I, Rio de Janeiro: Imago.

_________.  [1896]. (1976b). A etiologia da histeria. In: Obras Completas, vol. III. Rio de Janeiro: Imago.

_________. (1925 [1924]). (1976c). Um estudo autobiográfico. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Vol. XX. Rio de Janeiro: Imago.

_________. (1926 [1925]). (1976d). Inibição, sintoma e angústia. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Vol. XX. Rio de Janeiro: Imago.

FERENCZI, S. [1909] (1991). A respeito das psiconeuroses. In: Obras completas Vol. I. São Paulo, Martins Fontes.

GRODDECK [1917] (1969). Détermination psyche et traitement psychanalytique dês affections organiques. In: La Maladie, l’art et le symbole. Paris: Gallimard.

INDICADORES-2017-2018-MACRO-TRES-LAGOAS (2018). Recuperado de http://www.saude.ms.gov.br/wpcontent/uploads/sites/88/2015/11/CIRPactua%C2%BA%C3%BAo-Indicadores -2017-2018-MACRO-TRES-LAGOAS.xlsx.

KALTENBECK, F. (1996). A complacência somática. In WARTEL, R. (et. al). Psicossomática e Psicanálise. (pp. 57-67). Rio de Janeiro: Zahar Editor.

MALDONADO, M. T. (2010). Psicossomática e Obstetrícia. In MELO FILHO, J. de & BURD, M. (et. al). Psicossomática Hoje. (pp. 288-295). 2 ed. Porto Alegre: ARTMED.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. BRASIL (2004). Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

MYSSIOR, S. G. (2007). Doenças e manifestações psicossomáticas na infância e na adolescência: construindo uma interseção da psicanálise com a pediatria. Dissertação (Mestrado em Área de Concentração em Saúde da Criança e do Adolescente). Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

OLIVEIRA, L. G. (2010). Eros e Thanatos: A pulsão de vida no conceito Freudiano e o Homo Consumericus. Revista Labirinto – Ano X, nº 14 – dezembro In Dossiê “A construção do Sujeito Contemporâneo: Perspectiva para a Amazônia – parte II”.

ORNELAS, J. (1994). Suporte Social: origens, conceito e áreas de investigação (XII). Revista Análise Psicológica, 2(3), 333-339.

PETRUCCELLI, J. L. & SABOIA, A. L. (Orgs) (2013). Características étnico-raciais da população classificações e identidades. Rio de Janeiro: IBGE.

QUINODOZ, J. (2007). Ler Freud: um guia de leitura da obra de S. Freud. Porto Alegre: ARTMED.

RAPOPORT, A. & PICCININI, C. A. (2006). Apoio social e experiência da maternidade. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano. 16(1), 85-96.

SOIFER, R. (1980). Psicologia da Gravidez, Parto e Puerpério. Porto Alegre. Artes Médicas.

SOTO, R. F. A. (2006). Psicossomática na primeira infância: a contribuição de Winnicott para um estudo das alergias respiratórias. Tese (Doutorado em Psicologia). Programa de pós-graduação em psicologia PUC - Rio, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

SZEJER, M. & STEWART, R. (1997). Nove meses na vida da mulher: uma abordagem psicanalítica da gravidez e do nascimento. São Paulo: Casa do Psicólogo.

WINNICOTT, D. W. (1988). Natureza Humana, Rio de Janeiro, IMAGO.

WINOGRAD, M.KLAUTAU, P. (2014). Viena, Áustria: notas sobre o contexto de emergência da psicanálise. Revista Tempo psicanalítico, 46(2).

 

 



[i] BONASSI, Silvia Maria. : Psicóloga, Professora Efetiva (DE) junto à Fundação Universidade de Mato Grosso do Sul (UFMS) – Unidade de Paranaíba – (CPAR). Doutora em Engenharia Biomédica pela Universidade Camilo Castelo Branco. Endereço: Rua David Arneiro, 14 – Conjunto Antônio Brandini, Fernandópolis - CEP 15600-000. Email: silviabonassi@gmail.com Fones: celular (17) 99623-1244 residencial (17) 3442-3491.

 

[ii] MELGACO, Damaris Alcidia da Costa. Pedagoga, Graduanda do 7º semestre em Psicologia pela Fundação Universidade de Mato Grosso do Sul (UFMS) – Unidade de Paranaíba – (CPAR). Endereço: Rua Doutor Manoel Tomas da Silva, nº 386 – Bairro Centro – Cassilandia/MS. CEP 79500-000. Email: melgacodamaris@hotmail.com  Fones: celular (35) 99189-6502.

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Das introspecções de o ovo e a galinha em Clarice Lispector.

Ilustração da obra Tacuinum Sanitatis Quem sou eu para desvendar tal mistério se nem mesmo Clarice desvendou, embora intuitivamente eu o sai...