quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Síntese do Texto [Robbins, S. P. Questões Contemporâneas sobre Liderança - Capítulo 12]:

A confiança: é a pedra fundamental da liderança, as pessoas só seguem e se deixam influenciar por um líder em quem confiam. “É uma expectativa positiva de que a outra pessoa não irá agir de maneira oportunista - seja por palavras, ações ou decisões.” A confiança é um atributo essencial associado a liderança. Existem três tipos de confiança nas relações organizacionais: 1) baseada na intimidação – relações mais frágeis, medo de represálias, 2) baseada no conhecimento – a previsibilidade de comportamento é a sua base que resulta de um histórico de interações e 3) baseada na identificação – permite que uma parte faça às vezes da outra e a substitua nas relações e transações interpessoais. 

Princípios Básicos da Confiança: a confiança aumenta a coesão e a desconfiança destrói o grupo. Geralmente ela reduz a produtividade. A desconfiança destrói a confiança, pois a confiança gera confiança. O crescimento do grupo muitas vezes mascara a desconfiança, portanto a redução de pessoal testa o mais alto grau de confiança. 

Dimensões da Confiança: integridade: honestidade: confiabilidade. São quatro as dimensões da confiança: 1) competência – habilidade e conhecimento técnico e interpessoal do indivíduo, 2) consistência – segurança, previsibilidade e capacidade de julgamento, 3) lealdade – disposição de proteger e defender outra pessoa e 4) abertura – você acredita que outra pessoa tem total confiança em você? 

Líder Carismático: este tipo de líder possui cinco características evidentes: 1) Visão e articulação: visão (meta idealizada que propõe um futuro melhor); 2) Risco pessoal: esses líderes estão dispostos a correr riscos pessoais, sofrer altos custos e submeter-se ao sacrifício para atingir sua visão; 3) Sensibilidade ao ambiente: avaliações realistas das limitações ambientais e dos recursos necessários para a mudança; 4) Sensibilidade para as necessidades dos liderados (são perceptíveis em relação às suas capacidades e e sensíveis às suas necessidades e sentimentos) e 5) Comportamentos não-convencionais (engajam-se em comportamentos percebidos como novidade e que vão contra as normas). Os seguidores do líder atribuem a ele capacidades heroicas ou extraordinárias de liderança quando observam determinados comportamentos. Como conselheiros, oferecem apoio e ajuda para forjar a autoconfiança deles “É uma expectativa positiva de que a outra pessoa não irá agir de maneira oportunista- seja por palavras, ações ou decisões.” 

A Influência nos liderados: Geralmente possuem uma visão atraente (desafiadora, mas não impossível) e inspiram os liderados a segui-lo apostando num presente versus um futuro melhor para a organização; tendo confiança no alcance das metas; inspirando um novo sistema de valores e um comportamento a ser seguido e instigando o autossacrifício e comportamentos não convencionais. Os prós e contras deste tipo de liderança são: 1) Liderança carismática versus alto desempenho e satisfação, 2) Pessoas motivadas, gostam e respeitam o seu líder e sentem mais satisfação, 3) Nem sempre é necessária para atingir o alto desempenho - não pode ser generalizado e 4) Carisma - interesses pessoais versus interesses organizacionais. 

Líderes Transacionais e Transformacionais: Líderes Transacionais: Este tipo de liderança conduz ou motiva seus seguidores na direção das metas estabelecidas por meio do esclarecimento dos papeis das exigências das tarefas. Líderes Transformacionais: Este tipo de liderança presta atenção às preocupações e as necessidades de desenvolvimento de cada um de seus liderados; modificam a maneira de seus seguidores verem as coisas, ajudando-os a pensar nos novos problemas de uma forma; são capazes de entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a darem o máximo de si na busca dos objetivos do grupo. Existem quatro características que diferenciam esses tipos de lideranças: 1) Enquanto o líder transacional recompensa contingente negociando a troca de recompensas por esforço, prometendo recompensar pelo bom desempenho e reconhecer as conquistas o líder transformacional oferece uma visão e o sentido da missão estimulando o orgulho e ganhando o respeito e a confiança. 2) Enquanto o líder transacional administra por exceção (ativa) procurando e observando desvios das regras e padrões, tomando as atitudes corretivas; o líder transformacional inspira comunicando suas altas expectativas, utilizando-se de símbolos para focar os esforços, expressando propósitos importantes de maneira simples, 3) Enquanto o líder transacional administra por exceção (passiva) intervindo apenas quando os padrões não são alcançados; o líder transformacional estimula o intelecto promovendo inteligência, racionalidade e a cuidadosa resolução de problemas e 4) Enquanto o líder transacional laissez-faire abdica de suas responsabilidades evitando a tomada de decisão; o líder transformacional considera o individual dando atenção personalizada, tratando cada funcionário individualmente, aconselhando e orientando. 

Enquadramento: É uma forma de os líderes influenciarem a maneira como os eventos serão vistos e compreendidos. Os lideres usam o enquadramento (incluindo ou excluindo fatos seletivamente) para influenciar a maneira como as outras pessoas vêem e interpretam a realidade. 

Líderes de Equipe: Um bom líder é aquele que consegue bons resultados, através do desempenho de sua equipe, incentivando o crescimento e preservando a harmonia e o bem estar do grupo. O papel do líder é fundamental no gerenciamento do capital humano e é por esse motivo que existe uma expectativa muito grande quanto ao desempenho desse profissional. Variáveis individuais, organizacionais ou relativas ao trabalho podem substituir um líder. 1) Seleção: testes de personalidade (extroversão, consciência, abertura para novos desafios). 2) Capacidade de auto monitoramento (capacidade de se ajustar diversas situações), 3) Inteligência emocional e 4) Entrevistas: avaliação de desempenho anteriores, habilidades verbais e traços de extroversão. São quatro os papéis dos líderes: a. Elemento de ligação com os componentes externos, b. Solucionadores de problemas, c. Administradores de conflitos e d. Treinadores. * Pessoas motivadas, gostam e respeitam o seu líder e sentem mais satisfação. 

Papel do Mentor: O papel do mentor inclui instrução, o aconselhamento e o patrocínio. Como instrutores os mentores ajudam a desenvolver as habilidades de seus prodígios, promoções e aumento salarial. Como conselheiros, oferecem apoio e ajuda para forjar a autoconfiança deles. Com o papel de patrocinadores eles intervêm ativamente em prol dos seus protegidos, buscando obter para eles as atribuições de destaque e usando a política para lhes conseguir promoções e aumento salarial. 

Liderança on-line x face-a-face: Na comunicação face a face, as palavras mais duras podem ser suavizadas por ações não verbais. Um sorriso e um gesto de conforto, por exemplo, podem minimizar o choque causado por termos como desapontamento, insatisfatório, inadequado ou abaixo das expectativas. Esse componente não verbal não existe nas interações online. A estrutura das palavras na comunicação digital também tem o poder de motivar ou desmotivar o receptor. O líder precisa se certificar de que o tom da mensagem reflete as emoções que ele pretende expressar. Deve haver tais questionamentos: 1) - A mensagem é formal ou informal?, 2) - Ela combina com o estilo verbal do emissor? 3) - Ela transmite o nível apropriado de importância ou urgência? Uma mensagem transmite mais do que informações superficiais. Do ponto de vista da liderança uma mensagem pode transmitir confiança ou desconfiança, status, orientação de trabalho ou sentimentos. Conceitos como estrutura do trabalho, comportamento apoiador e visão podem ser transmitidos tanto oralmente como por escrito. O que é necessário para exercer liderança online eficaz? Fazer a escolha correta sobre as palavras, a estrutura, o tom e o estilo de suas mensagens digitais. Fazer com que se desenvolva a habilidade de “ler nas entrelinhas” as mensagens que recebem. Da mesma forma que a inteligência emocional melhora a capacidade do sujeito de monitorar e avaliar as emoções das outras pessoas, os líderes online eficazes devem ser capazes de decifrar os componentes emocionais das mensagens. 

Análise Crítica 

O texto apresentou as diversas formas de liderança e a importância da mesma nos processos de confiança de um grupo que afeta a produtividade e os níveis de satisfação do mesmo. A liderança é importante à medida que esta se coloca na mediação do que realmente importa para o bem estar dos seus liderados. Atualmente, as políticas empresariais tem-se colocado numa posição mais “acolhedora” dos componentes de sua equipe e mais flexíveis em relação aos horários, tempo e metas no trabalho. Isto denota uma preocupação com o bem estar. O que criticamente precisamos analisar é se estas formas de amenizar o trabalho, realmente são essenciais para o trabalhador ou apenas um mascaramento das exigências mercadológicas que tem por metas a competitividade e a maior produção. 

No tocante as armadilhas presentes na corporação, o pseudoacolhimento disfarçado de benefícios, precisam ser estudadas por um olhar crítico, já que o incentivo e a inspiração de lideranças carismáticas e transformacionais formam a ideologia do muito fazer para então receber. O problema é que o trabalhador encantado pelas futuras promoções se aplica intensamente nas tarefas e cumprimentos de metas, trabalhando mais que o recomendável, sobrecarregando a vida laboral em detrimento a outras atividades como lazer e família. 

Este é o estado de alienação expresso em Marx, em que o cidadão vende a sua força de trabalho a baixo preço, enquanto engordam os burgueses. O neoliberalismo campeão em promover estes encantamentos aliciam pessoas no seu sistema recompensador que mais extrai do que dá. A pessoa acredita que está ganhando as benesses como recompensa de seu trabalho, mas o que ela usufrui é um mínimo daquilo que realmente produz. É a velha máxima do “põe o sapo em água morna até que cozinhe sem ver”. 

Referências Bibliográficas 

Robbins, S. P. (1943/2005). Comportamento Organizacional. (11ª Ed). São Paulo, Pearson Prentice Hall.

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