segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Inovações Tecnológicas e a falácia da Educação Interativa

As últimas configurações sociais mostram-se cada dia mais "revolucionárias" às avessas, claro! A epidemia Covid-19 trouxe junto com ela algumas bagagens ideológicas, haja visto que somos uma ordem mundial com vistas a soberania estatal do lucro e da efusiva lógica de teor psicológico do seja "proativo"! 

Nesta perspectiva de fundo neoliberal àquele que não se reinventa se trumbica, como já dizia o velho guerreiro Chacrinha! O exorcismo social propõe a todo custo a expulsão das ideias comunistas. Quem já não ouviu a célebre frase: "Isto é coisa de comunista". Parece que os avanços sociais que levaram a população brasileira a pensar sobre educação e as mais insalubres formas de alienação, atualmente; ganham a caracterização de expurgo. 

Daí a necessidade de acabar com a educação formal, aquela presencial, do cara a cara, lugar de autonomia educacional. É claro que não somos ingênuos em acreditar que este é o fator primordial das orquestrações políticas mundiais. Isso seria reducionista.

Pela lógica do capital, a exploração é a máxima e, isto; cabe dentro da proatividade em tornar tragédia em LUCRO. Historicamente, nas várias sociedades quando havia a presença de grandes catástrofes que de alguma forma promoviam situações de problemáticas grupais sem controle, observava-se, na forma como as sociedades se envolviam para buscar soluções, uma pauta que envolvia um compromisso ético e uma ação política de ações coletivas. Isto na atualidade não é observado ou comum, já que sob a égide do capital enxerga-se os momentos de fragilidade coletiva como um "produto social". Isto significa que as promessas de controle são pautadas na venda de ilusão de possíveis soluções que sempre estão a serviço dos ideais das forças produtivas (Valêncio, 2011).  

Nada mais ilusório do que as soluções encontradas nas novas tecnologias. E mais uma vez vence a lógica da exploração social das tragédias. A educação tem sido enredada por esta infelicidade. Observa-se que as universidades privadas sempre na busca do maior lucro abocanharam com força o momento, oferecendo ensino EAD com o mínimo aproveitamento, mas com o maior lucro, já que não diminuíram as mensalidades. 

Algumas Universidades na pachorra dos lucros, diminuíram a mão de obra demitindo em massa funcionários, entre eles muitos professores. Propuseram aulas nacionais com salas virtuais comportando mais de hum mil alunos, e um único professor. Provas em salas de aula Google, Teams, etc. Plataformas digitais ganharam espaço, Zoom, Skype, Wattsapp, etc. Os alunos fingiram que aprenderam e os docentes que ensinaram. E na lógica do lucro, vale manter o idiota "idiotizado". No país dos bobos de número zero em educação! 

E a educação pública como fica? Na política dos estados alunos perderam o ano, mas a ilusão de que nos próximos dois tudo estará recuperado é vendido aos borbulhões. E há quem acredite! Pior! As Universidades federais, estaduais ganharam o status de novas habilitadas para o ensino virtual! Em nome da proatividade, professores tiveram que se reinventar. Ou reinventa, ou perde alianças, investimentos. 

No caminho da inclusão digital, ninguém lembrou que nesse país de desigualdades, tem acesso à educação quem tem o mínimo de estrutura financeira para acessar as plataformas digitais. Ignoraram o pobre provedor de família, mãe, mulher, guerreira que acorda de manhã às cinco e só volta às dezenove horas pra casa. Ignoraram as realidades de inacesso a tecnologia, ao computador, a internet e por aí vai. Ignoraram a fome, a miséria, o analfabetismo funcional.

Que país é esse? O país dos burgueses de colarinho branco! Dos impunes! Dos reacionários! O país da miserabilidade econômica! O país que brinca de ser Estados Unidos da América! Uma ode a derrocada educacional comemorada com taças de champanhe e caviar! 





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