O tilintar do vagão, o som da buzina,
apito das vozes mortas, ressoam na colina.
Barbacena de montes, de curvas e de bonitas
paisagens,
no cantar dos vagões da vida permeia e;
ao apito do trem, frutos de dor semeia.
Esse canto é como anúncio e prenúncio da morte: em
vida, ou;
da vida: em morte.
Defina-se o que quiser, pois não há como esquecer o
que
à milhões de despercebidos passa, no manobrar,
às massas.
Massas são alvos que ainda perpetuam a dor.
Dos loucos, ainda guarda-se um pouco.
A vida imita a arte e a arte a vida, nos trens da
desesperança.
Assim começa a raça na fileira da loucura.
Loucos eram eles, mas loucos somos nós!
Louco, ainda hoje; pedem-te a alma,
o que granjeias para quem será?
Será para os milhões de flagelados, para a morte
dos teus afilhados?
Filhos de uma mulher sem mãe, sem gentil,
sem berço, sem esplêndido.
Barbacena, tu és o retrato da dor de milhões de
bastardos, marginalizados.
Quem é o braço forte que se ergue agora, em clava
forte?
Escutas a voz?
A voz dos mártires desse
terrível Holocausto!
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