sexta-feira, 13 de abril de 2018

ANÁLISE SOBRE GÊNERO - CONSTRUÇÃO SOCIAL

PERSONALIDADE X PADRÕES CULTURAIS 

Antropologicamente o homem constrói sua personalidade desde o seu nascimento. 
A criança constrói sua personalidade de acordo com o que apreende socialmente (enculturação). 
“um fator essencial no desenvolvimento da criança como pessoa é o acúmulo de inumeráveis pressões... que formam suas imagens e seus sentimentos a respeito do mundo que a cerca”. (HOEBEL,FROST, 1976, p.57) 
Muitos dos comportamentos, segundo Hoebel e Frost são adquiridos na infância por meio de condicionamentos. 
Há padrões culturais que estabelecem os modos de viver e se comportar. 

PERSONALIDADE X PADRÕES CULTURAIS
 
“Nenhuma sociedade permite a expressão sem- limites do impulso sexual; pelo contrário, todas as sociedades exercem um controle social considerável sobre esta matéria.”
(HOEBEL,FROST, 1976, p.59) 
Para Hoebel e Frost as respostas que não obedecem as normas sociais estabelecidas recebem formas de punição que objetivam extirpar a falha, ou erro. 
“O indivíduo deve aprender a inibir o impulso de agir de maneira proibida e adaptar o seu comportamento a modos culturalmente aceitos.”
(HOEBEL,FROST, 1976, p.59) 
PERSONALIDADE X PADRÕES CULTURAIS 

Ainda segundo os autores construímos nossa personalidade individual a partir de “N” fatores que podem ser enumerados da seguinte maneira: 
1.O que constitui o sujeito, suas características biológicas, fisiológicas, neurais, etc. 
2.O ambiente físico em que o sujeito está inserido. 
3.A cultura que o circunda e forma. 
4.A sua experiência que é única e sua história. 
Logo, o sujeito individual nada mais é do que o reflexo cultural que o forma e constitui. As suas subjetividades acrescentadas de suas experiências e condições biológicas mais a cultura vigente e o ambiente físico formam o conjunto de crenças, valores e comportamentos de um indivíduo. 

PERSONALIDADE DE GÊNERO X CULTURA PATRIARCAL 

As questões que envolvem a personalidade constituinte do gênero, também sofrem as influências do meio cultural. Historicamente somos moldados à visão “patriarcal”. Esse paradigma formou muitas das culturas existentes no mundo pós-moderno. 
 “Estudos de toda ordem, mas especialmente arqueológicos, tem mostrado que não houve na história da humanidade nenhum tipo de sociedade que se possa considerar como matriarcal no mesmo sentido que se entende seja o patriarcado” (PASSIMANI, 2011, p.46). 
Numa sociedade patriarcal reforçam-se conceitos que remontam o homem macho, provedor, capaz de sustentar e proteger a sua prole. Instintivamente, fazendo valer suas capacidades evolutivas para a perpetuação da espécie. 

CULTURA E ESTEREÓTIPOS

Passamani (2011, p. 47) apud (Machado, 2000) coloca que o termo patriarcado ultrapassa a ideia de naturalidade das relações, ou pelo menos tem sido usado dessa forma, revelando-se um sistema gerador de domínio social e cultural. 
Ainda segundo o autor as masculinidades como conceito estipulam padrões e práticas e estruturam e normatizam a figura masculina nas relações de gênero. Surge então a masculinidade hegemônica e a subordinada. Esse modelo gera assimetrias e hierarquias porque nem todos os homens assumem esse papel e isso impõe custos também a grupos específicos de homens. 
Alguns estereótipos são reforçados nessa sociedade: 
Frutinha, fraco, molenga, etc. 
Incapacidade de auto afirmar-se na sociedade. 
Inutilidade. 
Aberração. 
Antinatural. 
estereótipos 
Os estereótipos são crenças a propósito de características, atributos e comportamentos dos membros de determinados grupos, são formas rígidas e esquemáticas de pensar que resultam de processos de simplificação e que se generalizam a todos os elementos do grupo a que se referem. Daí que possamos definir estereótipo como o conjunto de crenças que dá uma imagem simplificada das características de um grupo ou dos membros de um grupo. 

PRECONCEITO

É uma atitude que se distingue do estereótipo porque não se limita a atribuir características a um determinado grupo ou pessoa: envolve uma avaliação, frequentemente negativa. Assim, podemos definir preconceito como uma atitude que envolve um pré-julgamento, na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais. 

Preconceito, Estereótipo e Discriminação 

Na base do preconceito está a informação veiculada pelo estereótipo. Assim, apesar de distintos, estão relacionados: o estereótipo fornece os elementos cognitivos (as crenças), o preconceito acrescenta-lhes uma componente afetivo, avaliativo. 
A discriminação designa o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo preconceito. Assim, na base da discriminação está o preconceito, que, sendo uma atitude sem fundamento, injustificada, dirigida a grupos e aos seus membros, geralmente desfavorável, pode conduzir à discriminação. 
Não se pode confundir discriminação com preconceito: enquanto este é uma atitude, a discriminação é o comportamento que decorre do preconceito. Esquematizando: 

O que diz a Constituição 


O Conselho Federal de Psicologia 


Associação Brasileira de Psicologia 


Conselho federal de Medicina 



CAMINHOS PARA A INCLUSÃO: A VIDA VIVIDA POR TODOS

Novas posturas diante da diversidade. 
Produção de novas culturas em propostas efetivas e de transformação de ideias. 
Respeito as diferenças. 
Politicas públicas que garantam os direitos. 
Acesso e permanência nos âmbitos sociais. 
A educação é um dos caminhos, porém ainda enfrenta barreiras culturais e sociais. 
A garantia dessa vida vivida como direito para todos ainda perpassa pela tríade família, religiosidade, escolarização. 
Sem atingir as bases que compõem a sociedade como coletividade fica impossível transformar ideias. 
A saída ainda são as politicas públicas (Estado). Essas se não acabam com a cultura do preconceito, pelo menos garantem os direitos iguais a todos. É a laicidade do Estado. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HOEBEL, E. A.; FROST, E. L. Antropologia cultural e social. São Paulo: Cultrix, 2005. 
PASSIMANI, Guilherme R. (Org.). (CONTRA)Pontos: Ensaios de Gênero, sexualidade e diversidade Cultural. Campo Grande: Ed. UFMS, 2011. 

ATITUDE, PRECONCEITO E ESTEREÓTIPO. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/atitude-preconceito-estereotipo.htm. Acesso em 13/09/2016. 10:36p. 

Estereótipos e Preconceitos. Disponível em http://psicologia-12abc.blogspot.com.br/2009/01/esteritipos.html. Acesso em 13/09/2016. 10:38p. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Das introspecções de o ovo e a galinha em Clarice Lispector.

Ilustração da obra Tacuinum Sanitatis Quem sou eu para desvendar tal mistério se nem mesmo Clarice desvendou, embora intuitivamente eu o sai...