sexta-feira, 13 de abril de 2018

AS DOENÇAS NA HISTÓRIA DAS SOCIEDADES: LINHA HISTÓRICA



 Do século XIII até o Século XVIII: Período da Peste Negra.


Epidemias remetem a fenômeno coletivo. Durante essa todos ficam doente. Muitas mortes e acúmulos de cadáveres. Prenúncio de morte brutal (fatalismo). Parentes e amigos subjugados pelo medo e doentes abandonados à própria sorte. Ricos tentavam fugir, sociedade se dissolvia. Caça a bodes expiatórios. A guerra e as movimentações populacionais, além das técnicas agrícolas precárias abriam caminho para a proliferação das doenças.

Ciclo da desgraça: Variações climáticas, subnutrição crônica tem como resultado a penúria e a fome reforçando as epidemias. Com as mortes em grande escala há a impossibilidade de trabalhar a terra e consequentemente o ciclo se instaura. 

François Lebrun em sua obra expõe “homens vivem mal e encontram-se desgraçadamente vulneráveis...” Para ele a miséria é a causa e a conseqüência dessa situação, na província francesa de Anjou, que predominava no plano demográfico e sanitário.

OBS: Essa situação ainda permanece em países de terceiro mundo. 

Visão religiosa: ideia de punição divina. Missas com igrejas revestidas com cortina negra onde a terra era depositada na cabeça dos doentes como símbolo de sua morte. A penitência e purificação da alma como o melhor remédio [ideia aceita pelos médicos]. O flagelo e autoflagelação – expressão extremada.

Fim das Epidemias: Acredita-se na rarefação por competição entre bactérias e doenças diferentes. Justifica-se pelas medidas de proteção contra o contágio.

Medicina tem papel limitado, cabe ao desenvolvimento administrativo, econômico, agrícola, locomotivo e comercial a maior parcela para o fim das epidemias.

A esse processo chamamos transição demográfica, onde a diminuição da taxa de mortalidade tem papel de destaque.

Doenças não epidêmicas: Tuberculose (Tísico) – responsável por 25% das mortes até ¼ do séc. XIX.

Fase romântica: jovens ricos, bem dotados e sensíveis, mulheres e poetas mais atingidos. Doença hereditária. A febre é a brasa que arde às almas.

Fase Realística:
Final do Séc. XIX. Atingem pobres e proletariados das grandes cidades. Doença típica da miséria e casebres. Não é hereditária. Descobre-se o vírus e se inicia uma luta médica moralizante. Causas: falta de higiene: sinal de degradação/imoralidade. Assume dinâmica de grandes epidemias, mas não mata em massa, sendo assim excluída do fenômeno coletivo. É individual e lenta, uma forma de vida e morte. Viagens sugeridas num primeiro momento, substituída pelo sanatório. Abre-se para visitas e permitem-se os estudos universitários, sendo o telégrafo um grande aliado. Mundo a parte (microssociedade) com costumes próprios.




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