quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Resumo: Descobrindo crianças de Violet Oaklander

  

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: Argila, Massa Plástica de Modelagem e Massa de Farinha. 17 ed. São Paulo: Summus, 1980. pp 85-96.

A técnica da argila é a favorita das crianças, pois elas sentem-se bem e relaxadas. As flexibilidades da argila adaptam-se às necessidades mais variadas. Possui a qualidade de ser mole, macia, sensual e faz sujeira, além da fluidez entre material e manipulador. Uma excelente experiência Tátil e Cinestésica. Importante ressaltar do valor deste trabalho com crianças com problemas motores e perceptuais, pois elas necessitam deste tipo de experiência.

Além disto, o trabalho com argila aproxima as pessoas de seus sentimentos, penetra na armadura protetora, nas barreiras da criança oferecendo uma ponte entre os sentidos e os sentimentos. No caso de criança agressiva a argila pode ser usada para socar, porque a criança zangada pode descarregar sua raiva na argila de várias maneiras. Aqueles que estão inseguros e temerosos podem ter uma sensação de controle e domínio através da argila.

O trabalho com argila não tem regras específicas, as crianças que precisam fortalecer sua autoestima experienciam um senso incompatíveis de si próprias através do seu uso. A expressão verbal para crianças que não falam é atingida pela criatividade das expressões manuais, portanto sendo um meio de expressão que se afasta de amontoado de palavras para crianças altamente verbais. Este trabalho ajuda, também; a satisfazer curiosidade em torno do sexo e das partes e funções corporais humanas.

A argila é uma técnica atividade solitária ou altamente social. As crianças compartilham durante a atividade não dirigida seus pensamentos, ideias, sentimentos e experiências. Algumas se sentem receosas pela massa molhada, mas este fato já conta ao terapeuta muito sobre a criança e direciona a terapia. Está ligado a problemas emocionais. É o mais vivido de todos os meios de expressão, pois permite ao terapeuta observar o processo das crianças. Proporciona um acesso, uma abertura para os lugares mais profundos. Seja a sessão dirigida ou não dirigida.

Outra técnica muito parecida com a argila é a massa prática de modelagem, também chamada de Plastilina. Nunca seca, nem endurece. É difícil ser usada quando está fria e precisa de trabalho com a mão para deixa-la mais mole e maleável. Não precisa dos cuidados que a argila verdadeira requer (embalagem molhada para evitar endurecimento, etc.). Ela é vantajosa para ser levada de um lugar a outro e ter à disposição o uso espontâneo, não é tão limpa e gruda nas mãos.

A massa de farinha, também pode ser usada como técnica e pode-se comprar uma massa pronta ou fabricar a sua própria, seguindo uma receita pronta buscada em revistas e plataformas digitais. A vantagem de seu uso é que esta massa prática e simples oferece um tipo de sensação diferente para o tato, mas não substitui a argila. Pode ser mais divertido para crianças mais velhas para brincar com ela em casa. Podem ser feitas figuras que endurecem e podem ser pintadas. Atividades como mexer na massa, moldá-la, utilizar ferramentas, são atividades que oferecem boas experiências táteis e sensoriais.

O importante é que ao utilizar-se destas técnicas tenha-se por objetivo o processo terapêutico do encontro terapeuta-criança, cujo objetivo é explorar as vivências do ser aí nas relações eu-mundo, eu-com-outro. A medida que a criança sente-se a vontade na brincadeira ela expressa suas emoções, significados e vivencias reais numa fantasia das emoções e afetos reais. A criança se abre como clareira para descobrir o seu dasein.

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: Estórias, Poesia e Bonecos. 17 ed. São Paulo: Summus, 1980. pp 105-126.

As técnicas usadas podem ser a contação de histórias. Apresenta uma lição a ser retirada da história contada. Para usar é importante conhecer a criança e o tema central. O uso de gravador como fantasia (rádio e narração). Usa como exemplo uma criança com dificuldades de controle de esfíncter. Usa a técnica TV dando inicio a história e a criança da a continuidade. Desta forma a criança pode pensar quais lições podem ser interpretadas. Pode repetir a mesma história e a criança pode desta forma refazer  sua leitura ou intervir na história. A lição principal dá uma ideia de como se deve reagir diante da vida como possibilidade de soluções as dificuldades.

Possibilidades de encontrar novas saídas (aqui e agora) a criança pode encontrar novas aberturas para novas coisas acontecerem. Não é indução, mas apresentar novas possibilidades para a criança refletir estas novas possibilidades, percepção do encontro do terapeuta com a criança e possíveis caminhos.

Uso de figuras do CAT (teste). Podem através das compreensões das crianças  sem a lógica interpretativa do teste. Estimula as histórias para trabalhar a partir da compreensão da criança. Outro teste é o MAPS (teste) no mesmo sentido, ou seja; da construção de uma história através de uma situação lúdica.

O painel de feltro também é uma técnica a ser utilizada para realizar estas construções de criação de situações de histórias que tragam de alguma forma os sentimentos e constructos de sua personalidade. Autoconstrução e autodescoberta. O uso de escrita também são formas de estimular a exposição dos pensamentos e que devem ser feitos e recebidos sem pré-julgamentos.

O uso de livros também deve ser utilizado para vivenciar na história contada (contos de fada). Estes contos elaboram e trabalham sentimentos e possibilidades de vivenciar tanto os lados obscuros como os benéficos do ser humano. Durante muito tempo foi utilizado. Assuntos reais como morte e velhice. Histórias com finais felizes não satisfazem as crianças. Existem alguns contos de fada que são importantes para destrincharmos a fim de acrescentar conhecimentos verdadeiros sobre as emoções reais humanas.

As poesias oportunizam um fluir livre dos sentimentos mais profundos. Não necessariamente as rimas são importantes, mas o que interessa é a fluidez espontânea dos sentimentos guardados. O livro desejos poemas e sonhos são interessantes porque traz poesias de crianças que expressam suas vivências reais e que podem ter vivido ou estar vivendo violências, etc. Ao fechar os olhos a criança pode pensar, refletir e depois escrever ludicamente suas expressões reais. Os poemas de grupo também são oportunidades de a criança perceber que ela é capaz de produzir poesia, pois ao ler-se para elas o produto final ficam surpresas com suas capacidades produtivas. As crianças possuem habilidades específicas e isto deve ser explorado para compreender o que faz com que a criança possa expandir a sua consciência. As canções podem ser entendidas como poesias. O canto espontâneo também é uma forma de expressividade.

Os bonecos podem ser formas de realização expressiva e projetiva. Tanto pode aproximar ou afastar as crianças. Oportuniza dar voz ao boneco que expressa os sentimentos. Ela entende que deve falar na primeira pessoa e responde perguntas a serem respondidas na terapia. Em certo momento pode-se dar escolhas e as escolhas devem lembrar pessoas próximas. Em grupo podem funcionar como um teatro de bonecos. Isto ajuda a criança a se colocar sem sentir-se tão exposta. É uma forma de explorar muitos conceitos, fatos e relatos que não seriam compartilhados na terapia, mas que com a terceirização podem ser ditas sem constrangimento. A parte de cenário é importante, dando fundo para as histórias. O terapeuta pode fazer uso de pontos importantes da historiobiografia da criança para então montar a história como tema, ou temas aleatórios que partam da própria criança. O teatro se resume em duas: histórias conhecidas e muita pancadaria. A briga entre bonecos é importante, porque ressurgem no momento interpretativo sentimentos que são repetição do vivido em filmes, desenhos e na própria vida das crianças. As crianças não encenam só situações da vida, mas identificações com as partes boas, raivosas, ruins, etc. sendo desta forma resoluções de possíveis conflitos.

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: Experiência Sensorial – Tato, Visão, Som, Música, Paladar e Olfato.17 ed. São Paulo: Summus, 1980. pp 131-142.

As técnicas recomendadas por Violet (1980) que envolvem a experiência sensorial são importantes porque retomam os sentidos, meio pelo qual o ser humano em desenvolvimento explora e sente o mundo, num movimento fenomenológico husserliano. O ser humano apreende os significados dos objetos na construção do mundo intrapsiquíco. Argila, pintura com os dedos, areia, água, pintura com os pés, são técnicas que oferecem uma boa experiência tátil.

Algumas ideias a serem usadas envolvem tocar objetos e conversa sobre a sensação que cada uma dessas coisas desperta e que parte das nossas vidas cada uma nos faz recordar. São colocados alguns objetos dentro de um saco e é pedida a criança que enfie a mão e pegue alguma coisa áspera, ou mole, ou lisa. A capacidade de discriminar através de sensações táteis é uma importante função cognitiva. É feito um exercício de consciência sensorial no qual escrevem todas as palavras que descrevem alguma sensação tátil. São desenhos para representar algumas das palavras e movimento corporal que combine com a palavra. Outro exercício é andar descalço dentro e fora da casa para sentir uma variedade de texturas com os pés. Duas crianças podem tentar manter uma conversa entre si sem palavras — apenas através de gestos e toque. Duas crianças podem tocar-se mutuamente no rosto e contar como se sentiram tocando e como se sentiram sendo tocadas.

As crianças pequenas não têm medo de olhar. Elas vêem, observam, notam, examinam, inspecionam tudo, e muitas vezes parecem fixar o olhar atentamente. Este é um dos modos importantes que as crianças têm a seu dispor para aprender e conhecer o mundo. As crianças cegas fazem o mesmo tipo de coisa com seus outros sentidos. Para Violet é muito importante oferecer às crianças muitas experiências com a visão, não somente olhar.

Permitir que os sons penetrem na nossa consciência é o primeiro passo para tomar contato com o mundo, o início da comunicação. Fique sentado em silêncio com os olhos fechados e deixe os sons que você ouve chegarem até você. Converse sobre sons. Diga que sons são ásperos, macios, lisos, gostosos, agradáveis, fortes, suaves. Com um xilofone de brinquedo, toque notas diferentes, mais altas, mais baixas, mais fortes, mais fracas. Use instrumentos diversos. Converse sobre sons tristes, sons alegres, sons amedrontadores, e sons que evoquem qualquer outro tipo de sentimento. O tom de voz indica sentimento. As crianças podem ouvir raiva. Fale sobre isto abertamente.

Parece que a experiência prazenteira com música, muitas vezes apenas como fundo estimula a participação, permite um aumento no campo de atenção da criança, e eleva a tolerância à frustração. Em todas as idades o violão é um instrumento poderoso de terapia. Cantar canções conhecidas, melodiosas prende a atenção. Existem canções sobre todo e qualquer sentimento ou situação de vida, canções absurdas e canções que contam estórias. O violão parece encerrar alguma espécie de magia para elas. 

A língua é uma parte importante do corpo, todavia nós geralmente não lhe damos importância e a temos como algo qualquer. A língua é muito sensível; ela nos conta quando as coisas são doces, azedas, amargas, salgadas. A língua é usada para mastigar, engolir e, acima de tudo, para falar. Expressar emoções: mostrar a língua para alguém é uma gratificante manifestação de desgosto por aquela pessoa. (Em algumas culturas, mostrar a língua é uma expressão de agradecimento!)

Discuta o nariz, as narinas e a respiração. Faça experimentos de respiração através do nariz, da boca, de uma narina de cada vez. Sinta o ar com a palma da mão quando ele sai. Veja se as crianças conseguem reconhecer diferentes aromas. Converse sobre os que elas gostam e não gostam, bem como as lembranças que cada aroma evoca. Traga outros objetos tais como galhos de pinheiro, casca de árvore, seiva, folhas e assim por diante.

Estas técnicas a luz da psicologia fenomenológica existencial evocam o valor terapêutico que as sensações e percepções pelos sentidos enquanto fenômeno são importantes. Através da musicalidade, peças clássicas de teatro, histórias cantadas, cantigas de roda e autorais são técnicas que auxiliam o processo do encontro na clareira que se abre como possibilidade de ser e coexistir no mundo, reavaliar os sentimentos que nos afastam do dasein e repensar os caminhos que nos levam para mais próximo daquilo que sentimos ser apesar das relações intramundanas.

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: Representação, Jogos Dramáticos Criativos, Tato, Visão, Som, Olfato, Paladar, O Corpo, Mímica de Situações, Caracterização de Personagens, Improvisações com Palavras, Sonhos, A Cadeira Vazia e Polaridades. 17 ed. São Paulo: Summus, 1980. pp 159-180.

A representação ajuda a criança a aproximar-se de si mesmo dando-se a liberdade para saírem de si, embora elas não saiam de si, mas representam a si mesmas. Consciência de si – o drama é um instrumento natural que ajuda as crianças a desenvolverem força e uma maneira própria de ser. A pantomima utiliza expressões faciais em movimento do corpo, sem uso da fala, é mais complexa por ser uma ação expressiva dos sentimentos e do estado de espírito. O uso da técnica com inclusão de palavras também é válido pode ser usado quando as crianças já estão acostumadas com o jogo expressivo.

O jogo da improvisação utiliza-se de objetos para teatralizar, criar situações como uma atividade esportiva para exposição da expressão daquilo que se vê. Reações hipotéticas de pessoas podem ser utilizadas no jogo da imaginação de cenas hipotéticas, pois se podem observar as reações e sentimentos expressos diante de um “eu sou” imaginário. Ex. Imaginação evocando sentidos, memórias mnemônicas afetivas. Mímicas que evoquem paladar e sensações vividas nestas situações. O corpo usado na representação principalmente a consciência. O jogo o chefe mandou ajudam no revezamento de emoções tanto de liderança quanto de liderado.

Explorar as sensações vividas na integralidade do corpo evoca a consciência da vivência e das possibilidades de reações diante das sensações. O cabo de guerra imita e evoca tipos de personalidade e as reações mediante estas maneiras de ser. O uso de mímicas envolvendo duas pessoas sempre com situações hipotéticas para verificar as reações diante das possíveis situações. A caracterização de personagem traz para a vivência as possibilidades de ser. Ex: cego, avô, idoso, adolescente, mulher, homem, outra criança, evocam também reações sociais representação de profissões, ocupações, etc. Para crianças menores Violet aconselha a varinha mágica que determina o tempo e a situação.

Outra técnica da dramatização pode ser a improvisação com palavras e criatividade para criar situações que podem ser representadas. Situações reais podem ser utilizadas para dramatizar o conflito e possíveis soluções a partir do que experienciam. Uso do espelho ajuda a criança a ser o personagem que ela representa. Uso de máscara dá autonomia para verbalizar o que não teria coragem de dizer. A fantasia ajuda nas crianças mais velhas colaboram para expressão de outras possibilidades de sua personalidade a ser representada e vivida.

Os sonhos – as crianças não falam de seus sonhos com facilidades. e elas tentam tirá-las de sua cabeça. Geralmente há sonhos recorrentes. Acabam sendo assustador e elas repelem a ideia. Podem aparecer mais tarde na idade adulta e serem compreendidas na existência mais madura, ou não. Técnica da cadeira vazia: meio de trazer maior consciência e clareza ao processo terapêutico aqui e agora. Exemplo, o luto, e a experiencia de falar para a cadeira vazia o que sente para pessoas que já se foram. Ajuda no relaxamento da emoção. Ajuda a converter situações passadas vividas numa experiencia atual realizada.

Há confusão quando percebe sentimentos de raiva e ódio, pois a criança tem dificuldades de aceitar sentimentos negativos em relação a si mesmos e quando recebem rótulos dos cuidadores que podem gerar autoalienação. Uma integração e reconciliação do positivo e negativo ajudam na saúde emocional. Equilibrar as emoções ajuda no processo de desenvolvimento emocional e psíquico. As técnicas para focalizar essas polaridades são muito importantes. Como estórias, artes plásticas, movimento corporal, e colagem.

 Remete a situações antigas com resquícios do trabalho psicanalítico, não sendo. Quanto menos defesa os indivíduos tem, mais real é o material psíquico apresentado. Isto é muito importante. O uso de máscaras também é uma forma de fantasiar e de apossar-se de um ser real antes não consentido.

OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: Experiência Sensorial – Intuição, Sentimentos e Relaxamento. 17 ed. São Paulo: Summus, 1980. pp 143-146.

A intuição que muitos estudam uma capacidade pouco estudada, o sexto sentido, intuitivo. Esta parte deve ser desenvolvida como qualquer outra parte. Este sentido cobre o campo da fantasia corporal e energia. O espírito dentro de nós que ultrapassa o corpo e a mente. A criança pequena precisa desenvolvê-lo na 1ª infância. Exercícios técnicos para tal. Sim e Não ou V ou F. A formação para criança e a resposta de acordo de si mesmo, sem racionalizar. Mas apenas sentir esta verdade intuitiva. Fantasia e experiências imagéticas. Ao pedir que a criança forme uma figura na mente, desenvolver habilidade auto crescimento interno. Formação de figuras através da música também ajuda a desenvolver a sabedoria interior. Conecta-se a este sentido em qualquer fantasia, inclusive terapeuta e paciente.

Sobre os sentimentos – algumas crianças não estão familiarizadas, por isto devem-se apresentar estes sentimentos a elas. Livros que falam de sentimentos dentro de você e também fora. Elas precisam tomar consciência dos sentimentos e que estes podem ser expressos e isto deve ser verbalizado por elas. Importante sintonizar o corpo com o que sente sem repressão. Continuum de consciência – jogo de relato do que tem dentro e fora de si.

Relaxamento – alívio da tensão ajuda na expressão da fonte de destaque, técnicas de imaginação de situações mentais que precisam ser terminadas. Reduz a tensão e atualiza a criança. Ajuda a relaxar yoga e respiração e viagens fantasiadas. Podem ser feitos em grupo e deixam todos os presentes e prontos para uma conexão. Aprender a relaxar possibilita a espera de uma resposta.

As fantasias tornam as emoções mais relaxadas. O mundo da fantasia evoca sentimentos e os realiza no consciente fantasiado acomodando o material psíquico que está em contradição, confuso. A intuição é uma párea de conexão constante ajuda no encontro do ser consigo mesmo. É algo meio misterioso, portanto subjetivo. Conseguir o lugar do relaxamento e do equilíbrio passa pelo autoconhecimento. Quanto mais somos capazes de autoconhecimento, mais capazes de conhecer-nos em nossas subjetividades. Freud fala sobre uma das regras da psicanálise a “atenção flutuante” conversação dos inconscientes. Atravessar um pouco mais a consciência.


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