Autor(es): |
Trinca, Walter e cools. |
Organizador (es): |
Trinca, Walter |
Coordenador (es): |
Clara Regina Rappaport |
Editor (es): |
Editora
Pedagógica e Universitária Ltda |
Tradutor: |
Não consta |
Título e
subtítulo da obra: |
Diagnóstico psicológico: prática clínica |
Título e subtítulo do capítulo 2: |
Processo
diagnóstico de tipo compreensivo |
Autor (es) do capítulo: |
Walter
Trinca |
Edição: |
1ª |
Local de
publicação: |
São Paulo |
Editora: |
E.P.U |
Data da
publicação: |
1984 |
Coleção: |
Temas
Básicos de Psicologia |
Páginas: |
111 p. |
Intervalo
de páginas do capítulo: |
1-13 pp. |
Volume: |
11 |
(para
livros na internet) Disponível em: |
|
p. 14 (2.1. Introdução) ü “Processo diagnóstico é a forma resultante de
determinada organização e estruturação dos elementos de um estudo de caso,
realizado segundo certa concepção diagnóstica (p. 14)”. ü Obedece a
uma sequência de etapas e períodos para atingir os objetivos do diagnóstico.
Essas etapas e períodos possuem uma base teórica e prática que são
classificadas de acordo com os tipos teóricos existentes:
p. 16 (2.2.
Fatores estruturantes do processo compreensivo) ü “No caso do processo diagnóstico de tipo compreensivo
encontramos, comumente associados em um mesmo estudo de caso, os seguintes
principais fatores estruturantes:[...]” (p. 16) p. 16 e 17 (2.2.1. Objetivo de elucidar o significado
das perturbações) ü Primeiramente
há uma busca por trazer a tona o significado do desajuste que trouxe a pessoa
até a clínica. O compromisso do profissional está na compreensão da queixa,
dos sintomas e dos distúrbios. Busca captar as mensagens do inconsciente. ü Enquanto o
modelo médico dá uma explicação etiológica, ou seja, nomeia o fenômeno pelos
sintomas, o modelo compreensivo busca deixar evidentes as |
|
atividades
dos distúrbios e os motivos inconscientes que mantém o comportamento.
Exemplo: uma criança com enurese, segura o “xixi” para assegurar sua
autonomia. Poderia significar liberdade em relação a uma mãe dominadora, ou o
sintoma seria a maneira que ela encontra para exprimir o conflito com a mãe
real ou com a mãe internalizada – “conflito
intrapsíquico”. ü O objetivo
do psicólogo é enxergar além do que se apresenta e trazer à luz os
determinantes que originam os distúrbios, fazendo uso de referencial
psicanalítico. Melanie Klein explicaria essa apreensão como uma
tentativa de alcançar os vértices que originaram a angústia e a fantasia
inconsciente que são os responsáveis pelos desencontros da personalidade, mas
que se bem observados podem ser ricas fontes para o desenvolvimento do
indivíduo. p. 17 (2 .2 .2 . Ênfase na dinâmica emocional
inconsciente) ü A
abordagem psicanalítica é preponderante nesse processo, por essa razão o psicólogo
deve estar habituado a fazer uso desses referenciais. O constante uso de
entrevistas, anamnese, testes projetivos torna necessário que o profissional
reconheça os fenômenos inconscientes e sua dinâmica, bem como a dinâmica dos
conflitos, a estrutura e a organização latente da personalidade. Necessita
ainda, conhecer a dinâmica familiar e as disputas que permeiam essas relações
e que se dão inconscientemente. ü Outro
fator importante é reconhecer os processos de transferência e
contratransferência e saber lidar com eles, já que o profissional experiente
possui habilidades experienciadas de lida com o mundo interno. A reflexão
sobre os próprios sentimentos envolvidos durante o setting. ü A
associação livre como pedra angular da psicanálise é de suma importância para
a compreensão da totalidade desse indivíduo. As entrevistas livres com a
dinâmica familiar constituem um uso modificado dessa técnica para fins
diagnósticos. p. 17, 18 (2.2.3. Considerações de conjunto para o
material clínico) ü O
diagnóstico do tipo compreensivo é um contexto de diagnóstico, porque leva em
consideração todos os aspectos que envolvem o encaminhamento daquele paciente
até a sua resolução final. É uma visão de conjunto de material a fim de
estabelecer o produto da clínica. É uma análise global. É esse contexto que
dará prosseguimento à investigação. ü Todo esse
contexto desde o contato com quem encaminhou, bem como a família e o
paciente, seu ambiente social, cultural, considerações observadas,
entrevistas realizadas, testes em contexto, técnicas investigativas, o
próprio material biopsicossocial do profissional, bagagens de conhecimento
clínico, teórico e de referências compõem o todo que auxiliará na totalidade
dos dados. [...] um diagnóstico psicológico de tipo compreensivo realiza um
levantamento exaustivo de dados e informações, abrangendo os múltiplos
aspectos da personalidade do paciente, do ambiente familiar e social deste, e
da interação entre esses fatores [...] contexto diagnóstico é tudo o que
ocorre de modo significativo na realização de determinado estudo diagnóstico
[...] (p. 18). p. 18-19 (2.2.4. Busca de compreensão psicológica
globalizada do paciente) ü Para
realizar uma avaliação psicodiagnóstica é preciso mensurar a totalidade de um
indivíduo, por isso na avaliação diagnóstica compreensiva procura-se por na
balança todas as forças constitutivas de um ser humano, entre elas as |
|
ü Intrapsíquicas,
cujo conhecimento elucida o hoje vivido e o desenvolvimento enquanto processo
evolutivo, as Intrafamiliares que pontuam decisoriamente nos processos
psicopatológicos e psicopatogênicos e as Socioculturais que constituem dados
básicos para elucidação do caso. Interessam-nos, principalmente, as estruturas psicopatológicas e as
disfunções dinâmicas que se inserem no arcabouço sadio da
personalidade, as bases de funcionamento da personalidade em seus vários
níveis, os traços de caráter, a organização e a estruturação da
personalidade, com atenção especial à distinção entre estruturas
neuróticas e psicóticas, os elementos constitutivos da personalidade, sua
interação com o mundo externo etc. (p. 19). p. 19-20 (2.2.5. Seleção de aspectos centrais e nodais) ü A escolha
seletiva é central para que uma conclusão de orientação segura ocorra. Essa
escolha se aterá a fatos relevantes e essenciais, não que os fatores
irrelevantes sejam ignorados, mas os determinantes mais significativos são
elencados com prioridade. Com alguma experiência, o psicólogo pode visualizar, no contexto
diagnóstico, as principais forças e conjuntos de forças psicopatológicas e
psicopatogênicas que se ressaltam por sua intensidade, repetição, colorido
emocional, modo peculiar de se comportar, dano produzido etc. (p. 19). ü Nos casos
onde o emocional encontra-se em desordem os fatores como angústia e fantasias
inconscientes mantém o organismo em desequilíbrio e são os pontos chamados de
nodais ou centrais, ou seja, eles precisam vir a tona, pois integram assertivamente
o desenvolvimento patológico. São “[...]
núcleos destes processos e devem ser diferenciadas dos aspectos secundários
que, inevitavelmente, gravitam ao redor dos núcleos”. (p. 20) p. 20-21 (2.2.6. Predomínio do julgamento clínico) ü 1950 –
Controvérsias entre estudiosos sobre testes quantitativos e análises clínicas.
A grande ênfase a cientificidade dos testes, validação e constructos lógicos
punham em dúvida a validade dos julgamentos clínicos de métodos clínicos. ü Ao longo
dos anos houve mudanças em relação a isso, pois “[...] os testes psicológicos objetivos não podiam abarcar a maioria
dos problemas humanos com que um psicólogo clínico habitualmente se defronta
[...] (p. 20)”. O modelo diagnóstico de tipo compreensivo não dispensa o uso de
testes psicológicos objetivos; coloca-os a serviço do julgamento clínico.
Este, por sua vez, depende do grau de evolução profissional e maturidade
alcançado pelo psicólogo em suas atividades clínicas (p. 21). p. 21 (2.2.7. Subordinação do processo diagnóstico ao
pensamento clínico) ü No
diagnóstico psicológico de tipo compreensivo, a maneira como se constrói o processo
diagnóstico fica sob o comando do tipo de pensamento com que o estudo de caso
será conduzido. Isso significa que o processo diagnóstico mais uniforme,
imutável e generalizador será precedido de uma maior flexibilidade no
tratamento dos contextos mentais em ascensão. |
|
ü Cada caso clínico permite que ocorra pelo menos
uma forma de pensamento a ele relativa. O processo diagnóstico se estrutura
em conformidade com essa forma (p.21). ü Elementos no contexto diagnóstico (testes
psicológicos, por exemplo) ficam na dependência das exigências do pensamento
clínico em questão (p.21). ü O processo diagnóstico é estruturado no contexto
de relações significativas dadas pelo pensamento clínico, e não através de
justaposições cegas de elementos ou arranjos das informações como “colchas de
retalhos” (p.21). ü Torna o assunto amplo e interessante,
descortinando-se-lhe horizontes de imensas possibilidades (p.21). p. 21-22 (2.2.8. Prevalência do uso de métodos e
técnicas de exame fundamentados na associação livre) ü Processo de tipo compreensivo: “[...] lugar de relevo a entrevista clínica, a
observação clínica, os testes psicológicos, os testes psicológicos usados
como formas auxiliares de entrevistas, demais técnicas de investigação
clínica da personalidade etc.” (p. 21). ü O uso desses procedimentos é determinado por sua
capacidade de eliciar material clínico significativo: entrevista clínica -
espécie de desdobramento, especialmente quando se aplica a crianças. É a
escolha daqueles procedimentos que permitem maior liberdade para a emergência
de material clínico (p. 22). ü Mais usados - aqueles que se fundamentam nos
princípios de associação livre de Freud: Jogo de Rabiscos (Winnicott, 1971),
da Observação Lúdica ou Hora de Jogo (Aberastury, 1962) e do Procedimento de
Desenhos-Estórias (Trinca, 1976 apud Trinca, 1984, p. 22). ü Por quê? Situação de estímulos não estruturados ou
semi-estruturados [...] exprimir suas
dificuldades emocionais. Adaptam facilmente ao modo peculiar de comunicação
de crianças e de adolescentes. Facilitam a expressão emocional dos adultos,
em função de conterem o princípio da associação livre (p. 22). ü Avaliação desses procedimentos clínicos é feita
geralmente através da livre inspeção do material, com base na experiência do
profissional (p. 22). |
|
p. 22-23 (2.3. Outros aspectos) ü O processo
diagnóstico de tipo compreensivo sofre influências de alguns aspectos
importantes e pode ser estudado por esses aspectos. São eles: [...] a) Como uma forma da relação do
psicólogo com o seu trabalho [...] b) Como uma forma da relação psicólogo-paciente
[...] c) Como um leque de finalidades práticas [...] d) Como um
posicionamento epistemológico do psicólogo [...] e) Como um sistema de referenciais múltiplos
(p. 23). |
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Psicodiagnóstico (Cap. 2 TRINCA)
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